
A parceria entre a Volkswagen e a Rivian começa a tomar forma concreta — e com ambições muito além de apenas atender às duas marcas.
Batizada de RV Tech, a joint venture entre as montadoras está desenvolvendo uma nova plataforma elétrica e de software que poderá ser licenciada a outras fabricantes no futuro.
Segundo executivos da aliança, o sistema está sendo pensado desde o início para ser escalável, capaz de atender veículos de diferentes tamanhos e segmentos, especialmente nos mercados ocidentais.
Wassym Bensaid, chefe de software da Rivian e copresidente da RV Tech, afirmou que o trabalho conjunto busca solucionar gargalos que afetam toda a indústria automotiva.
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“Estamos resolvendo um problema que é do setor como um todo. Isso pode se tornar uma oportunidade para outros também”, declarou durante um evento em Palo Alto, na Califórnia.
A ideia de licenciar a plataforma para terceiros anima os executivos pelo potencial financeiro: segundo Bensaid, os lucros com tecnologia podem ser muito mais atrativos do que os da fabricação de veículos em si.
Os testes em condições extremas devem começar no primeiro trimestre de 2026, envolvendo protótipos da Audi, Volkswagen e da marca Scout, que pertence ao grupo alemão.
Apesar de o foco atual estar na eletrificação, os engenheiros destacam que a nova base também poderá ser adaptada para veículos com motor a combustão.

O primeiro modelo a receber a nova tecnologia será o Rivian R2, SUV elétrico previsto para o início de 2026.
Na sequência virá o compacto elétrico da Volkswagen, batizado de ID. EVERY1, com preço estimado em € 20.000 (cerca de R$ 120 mil). Depois dele, será a vez dos modelos robustos da Scout.
A aliança entre VW e Rivian foi firmada há um ano, reunindo engenheiros e desenvolvedores de software das duas empresas.
O objetivo é aproveitar a arquitetura eletrônica centralizada da Rivian, com menos unidades de controle e maior eficiência, o que deve reduzir custos e simplificar o desenvolvimento.

A Volkswagen tem pressa: após anos de dificuldades no desenvolvimento de softwares próprios — que atrasaram lançamentos da linha ID e prejudicaram vendas devido a falhas — a marca aposta na Rivian como solução para seus problemas digitais.
O investimento da Volkswagen pode chegar a US$ 5,8 bilhões (R$ 29 bilhões), um dos maiores compromissos estratégicos do CEO Oliver Blume.
Além da parceria com a Rivian, a VW também mantém um acordo com a chinesa Xpeng para o mercado asiático, em outra frente de digitalização e eletrificação.
Do lado da Rivian, a aliança representa mais que colaboração: é um verdadeiro respiro financeiro. Em meio à desaceleração do mercado de elétricos, a marca americana precisa de estabilidade para viabilizar seus próximos modelos.
Para a indústria como um todo, a plataforma RV Tech pode se tornar uma alternativa viável e madura para fabricantes que enfrentam dificuldades no desenvolvimento de arquitetura elétrica própria — algo que, até agora, somente empresas como Tesla e algumas montadoras chinesas dominaram com agilidade.
Caso a tecnologia ganhe adesão no setor, a joint venture pode se transformar em um novo pilar de negócios para ambas as marcas — e reposicionar a Volkswagen na corrida dos elétricos após anos de tropeços.
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