
A Toyota acaba de transformar seu modelo mais luxuoso em uma nova marca independente, mas surpreendeu ao contrariar as expectativas e manter o motor a combustão no centro da estratégia.
O Century, tradicionalmente visto como símbolo máximo de status no Japão, será o carro-chefe da nova divisão ultra-premium da montadora, posicionada acima da Lexus.
A novidade foi apresentada ao público durante o Japan Mobility Show de 2025, com uma proposta ambiciosa: concorrer diretamente com marcas como Rolls-Royce e Bentley.
Apesar do discurso de inovação, o primeiro modelo da Century como marca autônoma seguirá com um motor a combustão, frustrando quem esperava um salto rumo à eletrificação total.
Veja também

Takashi Uehara, chefe global de trem de força da Toyota, confirmou que o modelo terá motor tradicional, sem especificar se será V6, V8 ou híbrido.
A decisão vai na contramão da tendência adotada pelas marcas de luxo europeias e pelos gigantes chineses, que vêm investindo pesado em veículos elétricos de alto padrão.
O próprio Century já passou por mudanças nesse sentido em 2018, quando a Toyota aposentou o icônico V12 e adotou um sistema híbrido V8 na terceira geração do sedã.
Em 2023, a linha foi ampliada com o lançamento do primeiro SUV Century, vendido exclusivamente no Japão com motorização híbrida plug-in baseada em um V6.

Mesmo com o avanço global dos EVs, a Toyota segue apostando no desenvolvimento de novos motores a combustão para seus próximos lançamentos.
O grupo anunciou, em outubro, a criação de cinco marcas globais sob sua liderança: Toyota, Lexus, Daihatsu, GR Sport e agora a nova Century.
O posicionamento da Century como marca independente representa uma tentativa clara de explorar o segmento de altíssimo luxo, mas com uma abordagem considerada conservadora para os padrões atuais.
Enquanto marcas como Porsche, BMW e Mercedes-Benz correm para eletrificar suas linhas, a Toyota ainda hesita, o que pode custar caro no futuro.
O mercado chinês, liderado por marcas como BYD, Hongqi e Yangwang, já começa a exportar modelos de luxo totalmente elétricos para a Europa e o Sudeste Asiático — territórios onde a Toyota sempre teve presença forte.
Analistas apontam que essa nova Century, apesar do pedigree e da tradição, corre risco de nascer fora de sintonia com o mercado global.
Com a Lexus perdendo protagonismo — inclusive com o fim anunciado da produção do LS em 2026 —, o sucesso da Century dependerá de como o público receberá um produto de luxo movido por tecnologia do passado.
Os próximos meses serão decisivos para saber se essa aposta vai se consolidar ou se será mais um sinal de que a Toyota está ficando para trás na revolução elétrica do setor automotivo.
📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias










