
Quando uma imagem borrada feita por inteligência artificial consegue parecer melhor que o carro de verdade, algo está errado.
Foi exatamente o que aconteceu com a Kia Tasman, picape que estreou recentemente na Austrália e já virou meme entre fãs e críticos da marca.
A imagem, publicada em um site oficial da Kia na Coreia do Sul, mostrava uma versão suavizada da picape — o suficiente para muitos acreditarem que se tratava de um facelift.
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Mesmo com os defeitos típicos de uma criação por IA — como pneus com inscrições distorcidas e árvores irreais no fundo — o visual agradou mais do que a realidade.

O design original da Tasman, com capô saliente, excesso de plástico preto e faróis embutidos nos para-lamas, causou rejeição imediata.
Em fóruns automotivos e redes sociais, muitos comemoraram a suposta mudança, que, infelizmente para eles, não passou de um mal-entendido.
A empolgação foi tanta que a Kia precisou vir a público para negar qualquer tipo de redesenho antecipado.
Segundo Roland Rivero, chefe de planejamento de produto da marca na Oceania, os boatos são infundados e não há plano algum de facelift fora do cronograma padrão.

“A ideia de que estamos acelerando um aprimoramento é completamente incorreta”, afirmou Rivero ao portal australiano Drive.
Mesmo assim, a repercussão do falso render deixou claro o que o público realmente quer: uma Tasman com um visual menos agressivo e mais coerente.
A situação lembra o caso do Chevrolet Camaro em 2019, cuja frente controversa foi tão mal recebida que a GM redesenhou tudo no ano seguinte.
No caso da Kia, a fabricante tenta manter o discurso de que o design ousado é uma proposta deliberada, capaz de causar impacto — para o bem ou para o mal.

Mas na prática, o que se vê é um modelo que virou piada e não decola nas vendas, mesmo em um mercado apaixonado por picapes como o australiano.
Apesar da baixa aceitação, Rivero insiste que os donos da Tasman estão satisfeitos com a compra e falam bem do veículo.
O problema, segundo ele, é atrair mais consumidores — uma tarefa difícil quando o primeiro contato visual já causa estranhamento.
O episódio do render falso escancarou essa dissonância: os próprios fãs da marca se agarraram a uma imagem genérica de IA como se fosse uma salvação.

Por enquanto, a Kia mantém sua linha e diz que não cederá à pressão estética, mas o mercado pode acabar falando mais alto.
Se até uma IA consegue imaginar uma versão mais palatável da Tasman, talvez esteja na hora da montadora fazer o mesmo.
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