Se você sofre de gefirofobia — medo de pontes — talvez seja melhor manter distância da recém-inaugurada Huajiang Grand Canyon Bridge, na China.
A nova estrutura bate recordes e promete ser um pesadelo de altura para os mais sensíveis: são 2.050 pés, ou mais de 625 metros, separando o asfalto da superfície do Rio Beipan.
Para os moradores da província de Guizhou, no entanto, a ponte representa uma revolução no dia a dia.
O trajeto que antes levava duas horas pelas curvas da montanha agora pode ser feito em apenas dois minutos.
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Isso mesmo: uma ponte eliminou 118 minutos de estrada — e ainda oferece vista panorâmica, café e até bungee jump.
A ponte também se consagra como a mais longa do mundo construída em região montanhosa, com 1.400 metros de extensão sobre um cânion colossal.
E não é só transporte: o projeto também aposta forte no turismo. Um elevador de vidro leva os visitantes a um café suspenso a 2.600 pés do solo — uma experiência entre o vertiginoso e o cinematográfico.
Se alguém da Netflix estiver lendo isso, já temos o cenário perfeito para “A Fantástica Fábrica de Chocolate 2: O Grande Elevador de Vidro”.
E sim, o elevador realmente existe, ainda que sua velocidade não chegue aos 74 km/h da versão usada na Shanghai Tower.
Para quem não está interessado em café, mas quer sentir a adrenalina, a ponte oferece um mirante espetacular e um trecho com piso de vidro a 580 metros de altura.
Se isso ainda parecer pouco, o visitante pode se lançar no vazio em um salto de bungee jump — uma das experiências mais extremas do planeta.
Embora seja a ponte com maior altura entre o solo e a pista, a Huajiang Grand Canyon Bridge não é a estrutura mais “alta” do mundo.
Esse título ainda pertence ao viaduto de Millau, na França, cuja torre principal ultrapassa os 340 metros de altura total. Mas quando se fala de distância entre o asfalto e o chão, ninguém chega perto da novidade chinesa.
O avanço na engenharia de pontes na China não é coincidência. Um terço do território do país é montanhoso, e para evitar que as estradas serpenteiem por horas, o governo apostou em construções gigantescas.
Desde 1988, quando a primeira via expressa foi aberta, o país já construiu quase 160 mil quilômetros de rodovias — e planeja adicionar mais oito pontes recordistas até 2028.
Além de aliviar o tráfego, a ponte é parte de um esforço maior para impulsionar o turismo e a economia local.
A província de Guizhou, que já foi uma das mais pobres da China, passou de um PIB de US$ 76 bilhões em 2011 para quase US$ 270 bilhões em 2021.
E projetos como este mostram que os investimentos em infraestrutura não são só funcionais — também podem ser espetaculares.
Para alguns, a Huajiang Grand Canyon Bridge é um feito da engenharia moderna. Para outros, é um convite a crises de ansiedade a cada metro percorrido.
Mas uma coisa é certa: ela se tornou o novo símbolo da ambição chinesa — e talvez o pior lugar do mundo para ficar preso em um engarrafamento.
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