Novo CEO da Nissan expõe caos herdado: Meta irreal de 8 milhões de carros afundou empresa, ninguém fez nada por 10 anos

avaliacao nissan versa sense (6)
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A crise que corrói a Nissan por dentro tem nome, sobrenome e origem bem definidos.

Em uma entrevista sincera e incisiva no Future of the Car Summit promovido pelo Financial Times , o novo CEO Ivan Espinosa desmontou o discurso otimista herdado da gestão Carlos Ghosn.

Além disso, revelou que a montadora japonesa está pagando caro por uma meta inflada e mal planejada: vender 8 milhões de veículos por ano — uma promessa feita em 2015 e jamais cumprida.

Hoje, a realidade é dura: em 2024, a Nissan fechou o ano com apenas 3,3 milhões de unidades vendidas. Como resposta, o novo comando da empresa iniciou um plano de corte profundo.

Sete das 17 fábricas globais estão sendo fechadas, o número de plataformas de veículos foi reduzido de 13 para 7, e 30 novos modelos planejados até 2027 foram “temporariamente suspensos” — incluindo nomes icônicos como o Leaf e o Sentra.

avaliacao nissan frontier attack (3)
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Espinosa foi direto ao apontar o erro: “Investimos pesado em capacidade e pessoal com base em metas que nunca se concretizaram. E ninguém fez nada para corrigir isso até agora.”

Segundo ele, ao assumir o cargo, foi necessário recalibrar toda a estratégia da empresa, o que afetou diretamente o lucro líquido de 2024.

Mas ele garante: o plano agora está focado em três pilares — redução de custos, reposicionamento de produtos e novas parcerias.

Apesar do corte de fábricas, Espinosa garante que não há demissões em massa previstas por enquanto. Segundo ele, as operações em Tennessee (EUA) estão, inclusive, ganhando um segundo turno para atender à demanda local.

No entanto, ele foi cauteloso ao falar sobre o futuro das fábricas, admitindo que a empresa está reavaliando tudo e que “não há tempo nem recursos a desperdiçar”.

Curiosamente, a Nissan, que recentemente se distanciou do grupo Renault, agora estuda novas alianças — inclusive com empresas “não tradicionais”, como a Foxconn, sinalizando uma abertura inédita a parcerias externas para evitar o colapso.

E, com a política tarifária de Donald Trump pressionando ainda mais a produção fora dos EUA, a empresa já identifica um déficit potencial de US$ 3,1 bilhões nos próximos três anos.

Quando questionado se os custos das tarifas seriam repassados aos consumidores, Espinosa preferiu não cravar: “É muito cedo para dizer. O foco agora é conseguir clareza e estabilidade para podermos tomar decisões.”

Enquanto isso, o plano audacioso de lançar 30 modelos até 2027 virou um grande ponto de interrogação — e com ele, o futuro de uma das montadoras mais tradicionais do planeta.

A Nissan agora corre contra o tempo para redefinir seu rumo antes que a crise, antes ignorada, se torne irreversível.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.