Novo CEO da Porsche assume o cargo herdando um caos já antigo

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O novo CEO da Porsche, Michael Leiters, assume o comando em janeiro de 2026, mas encontrará uma empresa em crise, com prejuízos crescentes, demissões em massa e um mercado cada vez mais hostil.

A troca de liderança ocorre no pior momento da marca em uma década.

A Porsche registrará um prejuízo operacional de cerca de 611 milhões de euros (R$ 3,8 bilhões) no terceiro trimestre de 2025, revertendo completamente o lucro de 974 milhões de euros obtido no mesmo período do ano passado.

Leiters, que já comandou a McLaren e trabalhou na Ferrari, chega com a missão de resgatar uma marca que perdeu metade do seu valor de mercado desde que abriu capital em 2022.

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A herança deixada por Oliver Blume, que continuará à frente do Grupo Volkswagen, inclui uma lista de problemas acumulados e sem solução de curto prazo.

Entre os principais desafios está a drástica queda nas vendas na China, hoje o maior mercado global da marca.

Nos primeiros nove meses de 2025, a Porsche entregou apenas 32.195 carros no país — menos da metade do volume de 2022.

Além disso, a estratégia de eletrificação se transformou em um pesadelo financeiro. A marca gastou até 1,8 bilhão de euros com atrasos e ajustes na linha de veículos elétricos, sem conseguir retorno.

O Taycan, que deveria ser o símbolo da nova era elétrica da Porsche, vendeu bem abaixo das expectativas e enfrenta forte resistência dos clientes tradicionais.

O resultado foi uma queda brutal na rentabilidade. A margem operacional, que era de 18% no ano do IPO, despencou para apenas 2% em 2025. Um tombo que colocou em alerta investidores e analistas.

A crise financeira também chega acompanhada de uma dura reestruturação.

Leiters herdará um plano de cortes que prevê a demissão de 1.900 funcionários efetivos e mais de 2.000 trabalhadores temporários apenas neste ano. Um segundo pacote de redução de custos já está sendo negociado.

O analista Pal Skirta, do banco Metzler, alerta que “corrigir a rota da Porsche pode levar de três a cinco anos”, o que significa que o novo CEO precisará de paciência e resiliência para lidar com o cenário adverso.

Enquanto Blume fala em “retomar o impulso positivo a partir de 2026”, os números atuais mostram uma montadora em declínio, presa entre o passado dos motores a combustão e o futuro ainda incerto dos elétricos.

Leiters terá de reconquistar o público chinês, que perdeu interesse nos esportivos da marca, e convencer fãs puristas de que a Porsche pode ser elétrica sem perder alma.

Mas o desafio é monumental: transformar uma marca símbolo de desempenho e exclusividade em uma empresa lucrativa novamente, em meio à pior crise desde sua entrada na Bolsa.

Se conseguir, Leiters entrará para a história da Porsche. Se falhar, será lembrado como o homem que recebeu um carro de luxo — mas com o motor prestes a fundir.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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