
A Hyundai parece finalmente pronta para entrar de cabeça no universo das picapes de verdade.
Apesar de já oferecer a Santa Cruz nos Estados Unidos, que tem base de SUV e porte compacto, a marca sul-coreana nunca lançou uma caminhonete robusta voltada para mercados globais.
Mas isso está prestes a mudar, graças à determinação de Don Romano, novo CEO da Hyundai Austrália, que assumiu como missão pessoal levar uma picape competitiva para o mundo — incluindo, claro, mercados onde a Toyota Hilux, a Ford Ranger e, em breve, a Kia Tasman reinam absolutas.
Romano deixou claro que a Santa Cruz é exclusiva para os EUA e não será exportada.
Segundo ele, o modelo é feito na América, para os americanos, e não há plano viável para vendê-lo em lugares como Austrália ou América Latina.
O que vem aí é algo totalmente novo, com foco global, e possivelmente com estrutura de chassi sobre longarinas (body-on-frame), como manda a cartilha das picapes brutas.
O executivo revelou que a picape ainda não tem data cravada, mas sua meta é vê-la em produção e com uma rede de concessionárias preparada nos próximos três anos. Isso indica que o lançamento pode ocorrer antes mesmo do final da década, caso a decisão sobre a arquitetura seja rápida.
Uma das grandes discussões internas envolve o tipo de motorização.
Romano admite que o diesel ainda é uma possibilidade concreta, apesar do impacto nas metas de emissões — especialmente nas regiões onde as normas ambientais são mais rigorosas, como a NVES australiana.
Ainda assim, dependendo da proposta, o motor a combustão pode coexistir com versões híbridas ou até elétricas no futuro.
O que também chama atenção é a possibilidade de a Hyundai usar plataformas da General Motors para acelerar o projeto.
A parceria estratégica com a GM está em andamento e contempla, segundo Romano, várias possibilidades — inclusive no segmento de picapes.
Isso abre caminho para que a nova caminhonete compartilhe base com modelos como a Chevrolet Colorado ou até a Silverado, o que seria um atalho interessante para colocar o modelo nas ruas com rapidez e baixo custo de desenvolvimento.
Do ponto de vista global, faria sentido a Hyundai lançar uma picape média com foco em mercados como América Latina, África, Sudeste Asiático e Austrália, mas também tentar emplacar um modelo de maior porte nos Estados Unidos, onde o segmento de full-size domina.
E se a picape vier com propulsão elétrica? É uma possibilidade real.
A Hyundai já possui plataformas para veículos elétricos e poderia adaptá-las para uma picape, ainda mais se o projeto tiver apelo urbano ou comercial leve.
Mas, ao menos na Austrália, a aceitação de utes totalmente elétricos ainda é baixa, o que pode atrasar essa transição.
Seja como for, a Hyundai está decidida a deixar de ser coadjuvante e entrar de vez na briga pesada das picapes — e, com apoio da GM, tudo indica que a concorrência vai precisar abrir espaço.
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