Para quem pensava que o Chevrolet Cruze tinha sido enterrado de vez, uma surpresa: o sedã está de volta.
Mas, antes que os fãs se animem, é bom saber que o retorno não é nos Estados Unidos, nem no Brasil.
A novidade é exclusiva para mercados do Oriente Médio, onde o nome Cruze reaparece como modelo 2026. Só que, na prática, o carro não é exatamente novo — nem exatamente um Cruze.
Na verdade, trata-se de uma reinterpretação do Chevrolet Monza vendido na China desde 2018.
Com visual renovado e mais conectividade, esse Monza tem sido exportado para diversos países e, agora, recebe o nome “Cruze” para agradar consumidores saudosos em lugares como Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Jordânia e Líbano.
A escolha do nome parece mais uma jogada de marketing do que uma homenagem ao antigo best-seller da marca.
Visualmente, o carro até lembra um Chevrolet moderno, com linhas vincadas e a clássica grade com a barra cromada no centro.
Por dentro, o destaque são duas telas de 10,25 polegadas integradas, responsáveis pelo painel de instrumentos e central multimídia.
O acabamento é simples: a versão LS tem bancos de tecido, enquanto a LT oferece couro sintético e uma opção azul estilizada chamada “Captain Blue”.
Debaixo do capô, a decepção. O novo Cruze é equipado com um motor 1.5 de 111 cv e apenas 14,2 kgfm de torque, acoplado a um câmbio automatizado de seis marchas.
Um desempenho modesto, inferior até ao Cruze a diesel que foi vendido brevemente nos EUA. E embora a suspensão traseira independente represente um avanço em relação ao eixo de torção do modelo americano antigo, a performance ainda é básica.
Os equipamentos de série também são limitados. Os bancos só têm ajuste manual e partida por botão só aparece na versão mais cara. A segurança é enxuta: apenas dois airbags, alerta de colisão frontal e câmera de ré de série.
A versão LT eleva o número de airbags para quatro e inclui sensores de estacionamento — bem abaixo do padrão atual em mercados como o brasileiro ou americano.
Com o preço ainda não revelado, o novo Cruze será vendido como uma opção de entrada para quem busca um sedã simples, com visual moderno e nome conhecido.
Mas quem espera o refinamento ou desempenho do Cruze que saiu de linha em 2019 pode acabar se decepcionando.
Em tempos de reaproveitamento de plataformas e estratégias globais, parece que até o passado pode voltar — mas nem sempre do jeito que a gente gostaria.
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