
A tão prometida revolução dos muscle cars elétricos parece ter começado com o pé esquerdo.
A Dodge, que apostou alto no Charger Daytona para liderar essa nova fase, já enfrenta críticas pesadas e vendas decepcionantes.
O modelo, que deveria ser um símbolo da eletrificação sem perder o espírito agressivo dos clássicos V8, está longe de entregar a experiência esperada.
No primeiro trimestre deste ano, apenas 2.115 unidades foram vendidas nos EUA e Canadá — um desempenho fraco para um carro tão aguardado.
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O baque foi tão grande que a Dodge já decidiu eliminar a versão de entrada R/T. E para alguns clientes, como Nicholas Sharrett, o carro está mais para dor de cabeça do que revolução.
Sharrett alugou um Charger R/T Daytona na cor Peel Out Orange, belíssimo à primeira vista, mas, segundo ele, completamente problemático desde o primeiro dia. A maior frustração está no porta-malas, que simplesmente não abre.
A Dodge optou por não incluir nenhum botão de abertura no controle remoto, nem dentro da cabine. A única forma seria por meio de um pequeno botão de borracha na lanterna traseira — que não funciona.
A solução improvisada? Abrir as portas, rebater os bancos traseiros e arremessar as bagagens para dentro. E não para por aí. A porta do motorista está tão desalinhada que encosta na lataria em três pontos diferentes, chegando a desgastar a pintura.
Mesmo após tentativa de correção na concessionária, a fabricante se recusou a repintar a área danificada.
A porta do passageiro também é problemática. Segundo Sharrett, ela só abre corretamente em metade das tentativas — e muitas vezes ele precisa destravá-la por dentro.
O sistema multimídia Uconnect também não colabora, exibindo mensagens de erro quase sempre que o carro é ligado.
E o banco do motorista tem um defeito preocupante: ao ser deslizado para frente por quem está no banco traseiro, não trava e volta sozinho, o que já chegou a prender a filha de sete anos do proprietário durante uma tentativa de saída.

Esses problemas isolados podem parecer casos pontuais, mas colocam em dúvida a maturidade do projeto da Dodge para seus muscle cars elétricos.
A experiência de Sharrett levanta uma questão maior: o Charger Daytona está realmente pronto para o mercado ou foi lançado antes da hora, apenas para marcar presença?
Enquanto o V8 a combustão resiste no imaginário dos apaixonados por carros potentes, o Daytona elétrico ainda precisa provar que é mais do que uma jogada de marketing.
Se a Dodge quiser salvar sua imagem e conquistar novos fãs nesse novo capítulo, vai precisar mais do que promessas e design agressivo. Vai precisar entregar um carro que funcione.
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