Embora muitos possam olhar para o Cadillac Celestiq e enxergar apenas uma versão sedã do também elétrico Lyriq, a realidade vai muito além.
Pode parecer um carro grande, sofisticado e moderno, mas nada na aparência prepara o público para o choque de realidade: o Celestiq custa, no mínimo, 350 mil dólares.
E esse é só o preço base. Na prática, com personalizações e detalhes sob medida, a maioria dos exemplares será vendida por valores ainda mais altos.
O site Jalopnik abordou essa questão em um artigo que levanta a seguinte dúvida: como a Cadillac conseguiu justificar essa etiqueta de preço tão ousada em um modelo elétrico que, em números, nem é tão impressionante assim?
Com 655 cavalos e autonomia de 303 milhas (cerca de 487 km), o Celestiq fica atrás de modelos bem mais acessíveis, como o Lucid Air, em potência e alcance. Mesmo assim, em poucos meses, a marca já tinha 18 meses de encomendas garantidas.
Segundo a publicação, a resposta está menos nos dados técnicos e mais na forma como o carro é construído. O Celestiq não é um Cadillac comum.
Ele é montado à mão nos Estados Unidos por trabalhadores sindicalizados e bem pagos, com uma série de técnicas de engenharia que normalmente só vemos em hipercarros artesanais.
O youtuber Jason Fenske, do canal Engineering Explained, listou seis dessas técnicas em um vídeo detalhado.
Entre os destaques está o uso de peças gigantes de alumínio moldadas por fundição em areia — um método caro, demorado, mas extremamente preciso, que garante rigidez estrutural incomparável dentro do portfólio da GM.
Para viabilizar essa solução, a General Motors chegou a comprar a empresa que fornecia esse serviço à Tesla.
Outra inovação está no próprio pacote de baterias. Ao contrário de outros modelos da GM, como o Hummer EV, o Celestiq utiliza células de bateria dispostas horizontalmente, divididas em cinco módulos diferentes.
Isso economiza espaço e permite variações de espessura ao longo do piso do carro, criando mais conforto para os ocupantes e mantendo uma linha de teto baixa e aerodinâmica.
Há ainda o uso intensivo de impressão 3D.
São mais de 100 peças feitas com essa tecnologia, muitas em aço ou alumínio, incluindo elementos sofisticados como o acabamento do volante ou os suportes dos cintos de segurança.
A escolha pela impressão tridimensional ajuda a personalizar cada carro conforme o gosto do comprador, mas, novamente, adiciona tempo e custo à produção.
O Celestiq não é, portanto, um Cadillac qualquer.
Ele representa uma virada de chave da marca americana, que mira diretamente no mercado da Rolls-Royce e Bentley, com um produto exclusivo, refinado e altamente personalizado.
Pode parecer exagero colocar um Cadillac nessa conversa, mas com a atenção que está recebendo e as encomendas fechadas por mais de um ano, talvez o plano esteja funcionando melhor do que se imaginava.
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