Os rumores sobre o fim dos sedãs podem ter sido exagerados. Embora muitas montadoras tenham aposentado seus modelos tradicionais em favor de SUVs, a Mercedes-Benz mostra que ainda há espaço — e demanda — para carros com três volumes.
A nova geração do CLA, apresentada há apenas três meses, já obriga a marca alemã a reforçar sua linha de produção.
A procura está tão forte que a Mercedes decidiu adicionar um terceiro turno na fábrica de Stuttgart-Untertürkheim, na Alemanha.
Pela primeira vez, o CLA é oferecido em versões 100% elétricas, o que certamente contribui para o interesse do público. As motorizações a combustão, no entanto, continuam no catálogo, permitindo que o modelo atenda a diferentes perfis de consumidores.
Segundo Jörg Burzer, diretor de produção da Mercedes, os pedidos estão “muito animadores”.
Ele garantiu que a aceleração da produção ocorre sem grandes problemas, apesar dos desafios globais no fornecimento de materiais, especialmente os elementos de terras raras usados nos motores elétricos.
A marca afirma já ter garantido os componentes necessários.
Atualmente, cerca de 200 unidades do novo CLA são produzidas diariamente. Com 250 dias úteis por ano, isso equivale a uma capacidade de cerca de 50 mil unidades anuais.
No entanto, Burzer lembra que a planta foi projetada para muito mais, já que o CLA compartilhará sua plataforma MMA com outros modelos futuros.
O sucesso, por outro lado, tem um efeito colateral: prazos de entrega longos. De acordo com a publicação alemã Automobilwoche, muitos dos pedidos feitos desde abril só deverão ser entregues em 2025.
A Mercedes, inclusive, avalia suspender pedidos de funcionários para priorizar os clientes externos.
As versões elétricas do CLA são batizadas como CLA 250+ EQ Technology e CLA 350 4Matic EQ Technology. Ambas contam com bateria de 85 kWh e arquitetura elétrica de 800 volts.
A versão 250+ traz motor traseiro com 268 cv e 34,3 kgfm, enquanto a 350 adiciona um segundo motor dianteiro para entregar 349 cv e 52,6 kgfm.
Já os modelos a combustão, previstos para entrar na linha de montagem nos próximos meses, utilizarão motores 1.5 turbo com tecnologia híbrida leve de 48 volts.
Os números de desempenho ainda não foram divulgados. Além disso, a perua CLA Shooting Brake também começa a ser produzida até o fim deste ano.
Em tempos de domínio dos SUVs, o CLA mostra que ainda há espaço para sedãs bem projetados e atualizados com tecnologia de ponta. A aposta da Mercedes no equilíbrio entre tradição e inovação parece estar dando muito certo.
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