A Nissan sofreu mais um baque em sua tentativa de retomar relevância no mercado global de carros elétricos.
A montadora reduziu em mais da metade a produção prevista para o novo Leaf, modelo que seria a principal aposta de sua estratégia de recuperação.
Entre setembro e novembro, o corte será de milhares de unidades por mês, segundo fontes internas citadas pelo Nikkei.
O motivo é a dificuldade em garantir fornecimento suficiente de baterias. A produção do Leaf em Tochigi depende da AESC, fabricante de baterias com participação da própria Nissan, mas os índices de rendimento ainda estão abaixo do esperado.
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Com isso, a montadora não consegue atender ao volume planejado, o que pode comprometer a chegada do modelo aos mercados dos EUA e Japão neste ano e da Europa em 2026.
O novo Leaf traz mudanças profundas: adota formato SUV e promete mais de 30% de aumento de autonomia em relação à geração anterior.
A expectativa era que ele fosse o carro que simbolizaria a virada da Nissan, especialmente após a empresa registrar prejuízo de 670,8 bilhões de ienes (US$ 4,56 bilhões) no último ano fiscal, revertendo um lucro robusto do período anterior.
A situação pressiona ainda mais o novo presidente, Ivan Espinosa, que assumiu em abril com a missão de liderar uma reestruturação que inclui consolidação de fábricas e lançamentos estratégicos.
O Leaf SUV era o modelo escolhido para inaugurar essa nova fase.
Mas o cronograma de recuperação já está ameaçado.
Nos primeiros seis meses de 2025, a Nissan caiu pela primeira vez em 16 anos para fora do top 10 de vendas globais, com 1,61 milhão de carros vendidos, queda de 6% em relação ao ano anterior.
Sem volume suficiente do Leaf, será difícil competir com rivais em plena expansão, como Tesla nos EUA e BYD na China.
No Japão, a concorrência doméstica também se intensifica. A Honda lançou recentemente o N-One e:, um mini EV, enquanto a BYD prepara outro modelo urbano para 2026.
Nesse cenário, a Nissan, que foi pioneira ao lançar o Leaf em 2010, agora corre contra o tempo para não perder de vez o protagonismo no setor que ajudou a criar.
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