
Um dos carros mais emblemáticos da história da Volkswagen está prestes a passar por uma mudança que marca o fim de uma era.
O Golf, tradicional hatchback da marca alemã, deixará de ser produzido na Alemanha.
A partir de 2027, a fabricação da versão a combustão será transferida para o México, sinalizando uma queda vertiginosa na demanda pelo modelo e o avanço da estratégia elétrica da montadora.
A decisão foi confirmada internamente pela Volkswagen e traz implicações profundas para a fábrica de Wolfsburg, berço do Golf há décadas.
Com a queda nas vendas e uma reestruturação ampla em andamento, a montadora pretende transformar a planta para abrigar a produção de veículos elétricos.
O substituto direto do Golf será o modelo “ID Golf”, um hatch 100% elétrico que usará a nova plataforma SSP e promete grandes avanços em autonomia e tempo de recarga, graças à arquitetura de 800 volts.
O presidente do conselho de trabalhadores da VW, Daniela Cavallo, foi enfática ao comunicar a mudança aos funcionários: “O Golf precisa ir para o México. A tendência é irreversível.”
E os números corroboram esse cenário. Em 2023, foram produzidas pouco mais de 300 mil unidades do Golf, muito longe do pico histórico de mais de um milhão de unidades em 2015.
Para este ano, a previsão é ainda mais modesta: apenas 250 mil carros.
Essa reorganização na principal fábrica da marca deve impactar diretamente os trabalhadores. Já se discute a possibilidade de instituir uma jornada semanal de quatro dias a partir de 2027.
Além disso, como parte do plano de enxugamento de custos, a Volkswagen pretende eliminar 35 mil empregos na Alemanha até 2030.
Mais de 20 mil funcionários já aceitaram pacotes de demissão voluntária ou aposentadoria antecipada.
A aposta da empresa agora está voltada para o futuro elétrico. Após o lançamento do ID.EVERY1, modelo de entrada da marca baseado na plataforma da Rivian, o ID Golf será o segundo carro a utilizar a mesma arquitetura.
A expectativa é que o novo Golf elétrico seja lançado oficialmente em 2028 e divida a linha de produção com o sucessor elétrico do T-Roc, outro SUV da Volkswagen.
Se por um lado o nome Golf continuará existindo na transição para os veículos elétricos, por outro, seu simbolismo como ícone alemão começa a desaparecer.
A decisão de transferir a produção para fora da Alemanha, aliada à substituição pela versão elétrica, representa não apenas uma mudança industrial, mas também uma guinada cultural no DNA da Volkswagen.
O futuro pode até ser elétrico, mas, para muitos, o charme do passado ficou para trás.
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