
Se você acha que manutenção de supercarros é cara, talvez devesse pensar duas vezes antes de considerar um Bugatti Bolide.
Em um vídeo recente no YouTube, o colecionador e magnata do setor imobiliário Manny Khoshbin revelou um detalhe absurdo (e fascinante) sobre o hipercarro: os pneus duram apenas 37 milhas — pouco menos de 60 km — e custam cerca de 8 mil dólares o jogo.
Isso mesmo: cerca de R$ 45 mil para andar meia hora, ou ainda menos.
Pode parecer um exagero até para os padrões de um carro que custa mais de 4 milhões de dólares, mas existe uma explicação técnica por trás disso.

O Bolide usa pneus slicks desenvolvidos pela Michelin, os mesmos utilizados por carros da categoria LMDh do Campeonato Mundial de Endurance da FIA.
Só que o Bolide não é limitado pelas mesmas regras desses protótipos de corrida. Ele foi criado por Bugatti com um único objetivo: ser o carro mais rápido do planeta em uma pista.
Sem regras, sem limites.
Enquanto os LMDh têm potência limitada a cerca de 700 cavalos, o Bolide entrega 1.578 hp e gera até 5.800 libras de força aerodinâmica — suficiente para empurrar os pneus contra o asfalto com 2,5G de pressão lateral.

Em simulações, ele seria capaz de completar uma volta no circuito de Nürburgring Nordschleife em 5 minutos e 23 segundos, apenas 4 segundos mais lento que o recordista Porsche 919 Hybrid Evo.
Por isso, os pneus precisam ser extremamente aderentes e resistentes, mesmo que isso signifique sacrificar a durabilidade.
E mesmo sendo derivados de modelos usados em corridas de resistência, os pneus simplesmente não foram projetados para suportar um monstro como o Bolide por longas distâncias.

Uma sessão intensa de pista e pronto: hora de trocar.
Para quem se animou em usar o carro num track day, o custo não para por aí. Os pneus slick vêm com uma rotina específica: precisam ser montados e desmontados três vezes antes do uso real, para garantir distribuição ideal de aderência.
Depois, devem ser aquecidos a 80ºC e jamais podem ser usados frios ou acima de 380 km/h — sob risco de falha catastrófica.
Além disso, o carro vem com outro jogo de pneus só para ser transportado do caminhão à pista e vice-versa.

Khoshbin ainda revela que, apesar de tudo isso, a maioria das 40 unidades do Bolide provavelmente vai passar a vida em garagens climatizadas, como peça de coleção.
Mas a Bugatti oferece dias de pista exclusivos e discretos para seus clientes — nada de fotos no Instagram ou vídeos no YouTube. Afinal, o luxo extremo também preza pela descrição.
Em resumo, o Bugatti Bolide não é um carro feito para rodar. É um míssil de pista feito para ser admirado, reverenciado… e trocado de pneus a cada 60 km.
Se isso lhe parece absurdo, talvez você não seja o público-alvo.

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