Mais uma tragédia marítima envolvendo carros elétricos reforça os crescentes desafios do transporte global de veículos movidos a bateria.
O cargueiro Morning Midas, que partiu da China rumo ao México em 26 de maio, foi consumido por um incêndio em pleno Oceano Pacífico, obrigando os 22 tripulantes a abandonarem o navio às pressas.
A bordo, estavam aproximadamente 3 mil veículos, dos quais 800 eram elétricos.
O incidente aconteceu durante a madrugada do dia 3 de junho, oito dias após o início da viagem.
De acordo com informações da Zodiac Maritime, empresa britânica proprietária da embarcação, a fumaça começou a sair de um dos conveses onde estavam justamente os veículos elétricos.
Apesar da tentativa da tripulação de controlar o fogo com os sistemas internos de combate a incêndios, a situação saiu do controle rapidamente.
Diante do agravamento do incêndio, a tripulação acionou o resgate marítimo e, após abandonar o navio em botes salva-vidas, foi resgatada por uma embarcação comercial que navegava nas proximidades.
Até o momento, o estado da carga ainda é incerto, mas tudo indica que boa parte dos veículos foi comprometida pelas chamas, com o fogo ainda ativo no local.
Esse tipo de ocorrência tem se tornado preocupantemente comum. Em 2022, o navio Felicity Ace, transportando cerca de 4 mil carros de marcas de luxo como Porsche, Bentley e Lamborghini, também foi vítima de um incêndio em alto-mar.
Após duas semanas em chamas, a embarcação afundou próxima ao arquipélago dos Açores, gerando um prejuízo estimado em US$ 155 milhões à Volkswagen.
A Lamborghini chegou a retomar a produção do Aventador — já descontinuado — para substituir unidades perdidas no desastre.
Diante desses riscos, empresas como a norueguesa Havila Kystruten já se recusam a transportar veículos elétricos, citando o perigo elevado de incêndios incontroláveis.
No entanto, com a expectativa de que os EVs dominem o mercado automotivo global nos próximos anos, o transporte marítimo continuará sendo essencial — e a indústria logística terá que se adaptar rapidamente.
A tragédia do Morning Midas, um navio com 18 anos de operação, não apenas reaquece o debate sobre segurança no transporte de EVs, como expõe as limitações técnicas atuais para lidar com incêndios em baterias de íon-lítio em ambiente marítimo.
A investigação do caso segue em andamento, enquanto autoridades marítimas e fabricantes se veem pressionados a buscar soluções urgentes para evitar novas catástrofes semelhantes.
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