O tiro saiu pela culatra: Europa tentou barrar elétricos da China, mas acabou os ajudando, e muito

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As tarifas impostas pela União Europeia sobre veículos elétricos fabricados na China tinham como objetivo proteger as montadoras locais e incentivar a produção dentro do bloco.

Mas, até agora, a estratégia parece estar surtindo o efeito oposto.

Mesmo com as taxas adicionais de até 35% — somadas à tarifa-base de 10% já existente —, a venda de carros chineses na região continua em alta.

Em 2025, as projeções apontam para mais de 700 mil unidades vendidas nos países da União Europeia, Reino Unido e EFTA. Trata-se de um salto considerável frente aos 408 mil veículos comercializados em 2024.

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A explicação para esse crescimento está em um ponto-chave: as novas tarifas miram apenas os carros elétricos e os modelos com autonomia estendida.

Veículos híbridos e a combustão seguem pagando apenas os 10% de imposto de importação.

Isso abriu espaço para que as montadoras chinesas redirecionassem suas estratégias para escapar dos custos extras.

Com custos de produção até 30% mais baixos que os praticados na Europa, essas marcas decidiram manter a fabricação em território chinês e focar nos modelos híbridos para continuar competitivas.

O resultado? Dois terços dos veículos chineses importados em 2025 pagaram apenas a tarifa padrão de 10%.

Em 2024, os carros elétricos representavam 44% das vendas de veículos chineses na Europa.

Já em 2025, essa fatia caiu para 34%, indicando uma clara mudança no foco das fabricantes.

Segundo Philippe Houchois, diretor-gerente da Jefferies, “a decisão da UE de aplicar tarifas com base em uma tecnologia específica foi mal planejada e criou uma brecha evidente.”

Apesar dos esforços da União Europeia para atrair produção local, apenas cerca de 20 mil carros chineses devem ser montados em solo europeu este ano.

Um dos poucos projetos concretos é o da BYD, que está construindo uma fábrica na Hungria com capacidade para produzir 150 mil veículos por ano.

Outras marcas como Leapmotor, GWM, Dongfeng e Hongqi sinalizaram interesse em montar veículos na Europa, mas os planos ainda são preliminares ou de longo prazo.

A GWM, por exemplo, projeta fabricar até 300 mil unidades no continente até 2029. Chery, Xpeng e GAC já possuem montagens limitadas em países europeus.

Por ora, no entanto, a maioria das montadoras chinesas continua preferindo exportar diretamente da China, aproveitando os custos reduzidos e a demanda crescente por veículos mais acessíveis na Europa — mesmo que não sejam totalmente elétricos.

No fim das contas, a medida que deveria frear a invasão chinesa acabou incentivando um novo caminho: híbridos mais baratos que continuam ganhando espaço e colocando pressão sobre as tradicionais marcas europeias.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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