
O maior navio de cruzeiro do mundo não impressiona apenas pelo tamanho.
O Icon of the Seas, da Royal Caribbean, mede quase 365 metros de comprimento, possui 20 andares e capacidade para 7.600 passageiros e 2.350 tripulantes.
Mas o que realmente sustenta essa cidade flutuante são seus motores colossais — verdadeiras usinas ambulantes escondidas nos conveses inferiores da embarcação.
Ao todo, o Icon utiliza seis motores gigantes da fabricante finlandesa Wärtsilä. Três deles com 12 cilindros, outros três com 14 cilindros.
Veja também
O menor pesa 203 toneladas e mede 10 metros de comprimento; o maior chega a quase 12 metros e 245 toneladas. Para comparação, cada motor é maior que um apartamento de um quarto e mais pesado que um Boeing 747.

Mas há concorrência nesse mundo de titãs mecânicos. A Caterpillar produz o motor MaK 16-cilindros, que alcança 47 pés de comprimento, 22 de altura e despeja 20.710 cavalos de potência.
Alguns navios da Costa Cruzeiros, como o Toscana e o Smeralda, utilizam quatro dessas máquinas cada um.
Além dos motores principais, esses navios contam com propulsores Azipod — verdadeiras hélices flutuantes de 20 metros de diâmetro que podem girar 360 graus.
Cada um pesa mais de 200 toneladas e entrega 20 megawatts de potência, cerca de 27 mil cavalos, permitindo que o navio manobre sem leme.

Tamanho poder exige uma sede proporcional. O Harmony of the Seas, outro gigante da Royal Caribbean, consome cerca de 60 mil litros de combustível por dia em operação plena.
Alguns navios superam os 80 mil litros diários, o que gera preocupações ambientais crescentes.
Um estudo europeu de 2017 apontou que os navios da Royal Caribbean emitiram quatro vezes mais óxidos de enxofre do que todos os carros da Europa combinados.
A Carnival fez ainda pior: dez vezes mais. Esses gases causam chuva ácida e problemas respiratórios.

Um teste no convés de um cruzeiro detectou 84 mil partículas ultrafinas por centímetro cúbico, similar ao ar poluído de Delhi ou Xangai.
Para tentar limpar a imagem, empresas como a Royal Caribbean estão migrando para o gás natural liquefeito (GNL). A promessa é reduzir a emissão de enxofre a zero e cortar o carbono em até 70%.
O problema? O GNL libera metano, um gás 80 vezes mais potente que o CO₂.

Ou seja, mesmo com novas tecnologias, a era dos mega cruzeiros traz uma dúvida desconfortável: estamos trocando um tipo de poluição por outro, só que mais invisível.
E o turismo em alto-mar continua, silenciosamente, turbinado por motores dignos de uma usina.
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
✅ Canal do WhatsApp📡 Canal do Telegram
📰 Siga nosso site no Google Notícias