A próxima geração do lendário Nissan GT-R pode até surgir com tecnologia híbrida, mas o seu nascimento ainda está longe de ser garantido.
Quem disse isso foi Hiroshi Tamura, embaixador da marca e um dos principais nomes por trás do R35, que afirmou que o sucessor do “Godzilla” talvez nem chegue a ser totalmente elétrico — e pode levar uma década para sair do papel.
“Não tenho certeza se será 100% elétrico”, declarou Tamura ao Top Gear. Segundo ele, o futuro do modelo dependerá da aceitação dos clientes.
“Se os clientes não quiserem um carro totalmente elétrico, não deveríamos construir um. Mas se aceitarem um híbrido, talvez aconteça.”
Embora Tamura tenha sido uma peça-chave na história do GT-R moderno, ele já não faz parte da equipe atual responsável pelo projeto. Quem agora lidera os rumos da performance na Nissan é o novo CEO Ivan Espinosa, conhecido por ser fã de carros esportivos.
Ainda assim, Tamura acredita que o espírito do GT-R será levado em consideração nas decisões futuras.
Para ele, o mais importante não é o tipo de propulsão, mas sim como o carro faz o motorista se sentir. “A felicidade é o objetivo. Não importa se o nome do sistema é híbrido, V6 ou elétrico. O importante é criar algo novo, estabelecer uma nova tendência.”
Ele lembra que, quando apresentou o R35 internamente pela primeira vez, a rejeição foi imediata.
“Disseram que tinha que ser um seis em linha, que não dava pra usar um V6 sem graça”, relembra Tamura. “Mas o V6 era necessário para entregar emoção e inovação. E hoje sabemos que deu certo.”
Apesar da vontade de inovar, a realidade financeira da Nissan pode atrapalhar.
A montadora japonesa passa por uma grave reestruturação: planeja cortar 20 mil empregos, fechar sete fábricas e congelar o desenvolvimento de novos modelos após 2026. Até agora, não há nenhuma garantia de que o GT-R estará na linha de frente após essa reestruturação.
Mesmo assim, Tamura reforça o peso simbólico que o GT-R tem dentro da Nissan. “É uma conexão espiritual. O GT-R representa poder controlado por tecnologia. O motorista é o comandante. O carro é a extensão. Isso é liderança.”
Em um cenário cada vez mais voltado para SUVs, elétricos e cortes orçamentários, o futuro do GT-R é tão imprevisível quanto sua próxima forma.
Mas se depender de paixão e legado, há uma geração inteira esperando para ver o “Godzilla” renascer — seja com um motor a combustão, híbrido ou até mesmo silenciosamente elétrico.
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