Ele olhava para as ruas da Índia e via milhões de pessoas amontoadas sobre pequenas motocicletas com três, quatro ou cinco membros de uma mesma família em cima… Então, decidiu que o indiano teria seu carro popular e assim, criou o que foi o carro mais barato do mundo.
O sonho de um bilionário, industrial e dono de marcas de luxo como Jaguar e Land Rover, se materializou no formato simpático e simples do Tata Nano. Hoje, Ratan Tata, o homem que ousou ir contra a corrente do mundo, adormeceu na morte, mas deixa um legado de sucesso.
Aos 86 anos, Ratan Tata deixa para trás um dos maiores conglomerados industriais da Índia e uma montadora de veículos, local que pode ainda vir ao Brasil, a Tata Motors. Bem antes dela, porém, já andamos em alguns carros que pertencem ao grupo liderado Tata, como Jaguar e Land Rover.
Todavia, não foram as marcas inglesas e nem mesmo o tradicional lineup da Tata Motors que fez o nome de Ratan Tata chegar aos quatro cantos do mundo, mas um carro que desafiava a lógica, um quase um admirável novo Fusca.
Quando Ratan Tata lançou o desafio do Nano, este prometia ser um novo besouro, tanto raiz quanto a criação de Ferdinand Porsche. Extremamente simples, o Nano não era apenas um produto barato, para ficar abaixo do Maruti 800, então, o carro mais barato da Índia.
O Nano era uma ideia, um ideal de Tata para um novo modelo de vida, tanto é que ele ordenou o projeto das casas Nano, orientadas da mesma forma para levar moradia a milhares de indianos sem condições de uma casa digna.
Com um diminuto motor de dois cilindros com 624 cm³ e apenas 38 cavalos, o Tata Nano não tinha tampa traseira, mas oferecia quatro portas.
Feito em aço da Tata Group, que se desafiou para baixar o custo do metal, o pequenino de 3,09 m de comprimento e 2,23 m de entre eixos, ousou custar 2.500 dólares, superando todas as expectativas.
Todavia, embora o projeto tenha durado 10 anos, o Tata Nano teve alcance limitado no mercado indiano por diversos motivos, incluindo incêndios, greves nas fábricas e outras intercorrências que levaram a seu fim.
Da Índia de 2008 para a de 2024, a coisa mudou muito. Ratan Tata mexeu com o mercado e os fabricantes locais. Hoje, o país tem um dos mercados mais promissores, diferente dos já consolidados mercados dos EUA, Europa, Japão e sim, da China.
O Tata Nano era um produto baseado na realidade indiana e essa talvez tenha sido sua maior contribuição, a de sacudir as bases de um país que já ultrapassou o Brasil e tem tudo para ir muito além.
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