A Toyota percebeu que não dava mais para empurrar com a barriga sua estratégia elétrica nos mercados asiáticos.
Diante do avanço avassalador de marcas chinesas como BYD e Great Wall na Indonésia e na Tailândia, a marca japonesa finalmente decidiu que vai produzir veículos elétricos nesses dois países ainda em 2025.
Na Indonésia, o plano é começar com o SUV elétrico bZ4X, que passará a ser montado localmente nos próximos meses.
A medida visa combater o crescimento das fabricantes chinesas, que vêm conquistando os consumidores locais com preços mais competitivos e tecnologias mais atualizadas.
Apesar da Toyota ainda dominar mais de 30% do mercado indonésio, sua posição está sob forte ataque.
O governo da Indonésia tem sido parte ativa dessa transformação. Políticas públicas recentes reduziram o imposto sobre valor agregado (VAT) de 11% para apenas 1% em EVs com pelo menos 40% de componentes locais.
Além disso, fabricantes que se comprometem com produção doméstica ganham isenção em tarifas de importação e outros incentivos fiscais. Diante dessas vantagens, a Toyota não teve escolha senão acelerar sua presença elétrica no país.
A marca aposta em sua vasta rede de vendas e produção para impulsionar o bZ4X fabricado localmente e manter sua liderança.
Segundo Hiroyuki Ueda, presidente da Toyota-Astra Motor, a iniciativa faz parte da chamada “estratégia de múltiplos caminhos” da empresa, que busca diversificar suas ofertas entre híbridos, elétricos e até combustão, dependendo do mercado.
Mas não para por aí. A Tailândia também está na mira.
A montadora confirmou que iniciará a produção de picapes elétricas no país até o final de 2025, mirando um segmento em que os chineses também vêm investindo pesado.
Modelos da BYD e de outras startups chinesas já começaram a circular na região, o que acendeu o sinal de alerta na Toyota.
Atualmente, a operação da marca no Sudeste Asiático tem papel relevante no cenário global. A Toyota Indonésia é responsável por mais de 60% das exportações totais de veículos montados no país e envia carros para mais de 80 mercados.
Embora as exportações tenham caído 5% no último ano, a marca acredita que o novo impulso com EVs pode reverter esse cenário rapidamente.
Com essa reviravolta estratégica, a Toyota demonstra que não está disposta a perder espaço sem lutar. A guerra dos elétricos no Sudeste Asiático ganhou novos capítulos — e agora com a presença ativa de quem por muito tempo se recusou a entrar no jogo.
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