Para Stellantis, montadoras europeias não devem depender de acordos militares para sobreviver

John Elkann

Os fabricantes europeus têm-se manifestado em massa nas últimas semanas para expor os seus planos, impulsionados não só pelas possíveis mudanças nas tarifas, mas também pela ameaça da Rússia. 

John Elkann, CEO da Stellantis, questionou se a indústria automotiva poderia realocar parte de sua capacidade para fortalecer as defesas europeias, argumentando que, se a China e os Estados Unidos fornecem suporte para a guerra e os automotivos robustos, a Europa também pode ter ambos os setores em pé de igualdade.

Diante desse cenário, as marcas passaram a compensar suas estratégias, inclusive um dos maiores conglomerados do continente, a Stellantis .

John Elkann comparou as audiências realizadas no Parlamento italiano, diante das Comissões Mistas de Atividades Produtivas da Câmara e do Senado, para esclarecer que a Itália — e, por extensão, a Europa — como sendo um pilar central para o grupo.

Contudo, ele destacou que a transição rumo à eletrificação total, prevista para 2035, precisa ser revista.

Para isso, é fundamental atualizar a regulamentação para a próxima década, enquanto as montadoras se empenham em garantir que suas fábricas italianas estejam preparadas para um futuro onde a flexibilidade será essencial.

Isso permitiria a produção de uma ampla gama de modelos que atendam tanto à demanda por produtos quanto à necessidade de diferentes motores.

Elkann ressaltou a força da indústria automotiva e sua visão de futuro, embora tenha admitido que o setor acompanha de perto as mudanças nas políticas tarifárias.

Ele reafirmou o compromisso da Stellantis em investir 2 bilhões de euros na Itália até 2025, um passo que ganhou fôlego após um consenso emergente entre governo e empresas no final do ano passado.

Além disso, o executivo apresentou uma série de demandas à Europa: a redução dos custos de energia para diminuir o custo de produção por unidade, permitindo uma competição mais acirrada com os fabricantes asiáticos, que possuem uma vantagem de até 40% nos custos.

Também pediu a revisão das regras de transição previstas para 2035, não só para veículos elétricos, mas especialmente para os híbridos, um tema que já foi abordado no Reino Unido, onde há planos de encerrar a venda de híbridos não plug-in já em 2030.


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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X