
Uma parceria entre gigantes acaba de sacudir o mercado de veículos seminovos.
A Hertz, uma das maiores locadoras de carros dos EUA, anunciou uma aliança estratégica com a Amazon para vender veículos usados por meio da plataforma Amazon Autos.
A notícia movimentou o setor automotivo norte-americano: enquanto as ações da Hertz subiram 7% após o anúncio, rivais como Carvana, CarMax e Avis registraram quedas expressivas em Wall Street.
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O acordo visa integrar a Hertz à operação de venda de carros usados da Amazon, um braço de negócios criado recentemente e que já conta com revendedores em mais de 130 cidades dos EUA.

A primeira fase da parceria começa nos arredores de Dallas, Houston, Los Angeles e Seattle, com planos para expansão nacional em breve, incluindo todas as 45 unidades da Hertz Car Sales espalhadas pelo território americano.
A sede da Hertz fica em Estero, na Flórida, e a empresa atua globalmente por meio de marcas como Dollar, Thrifty e Firefly. Nos EUA, também mantém uma operação de venda direta de seminovos e um serviço de car-sharing na Europa.
Agora, com o reforço da Amazon, a locadora norte-americana tenta ganhar novo fôlego em um setor cada vez mais competitivo.
Nos últimos anos, a Hertz enfrentou turbulências em sua operação nos EUA.

Após apostar alto na eletrificação de sua frota, a empresa teve que recuar e desfazer-se de grande parte dos seus veículos elétricos, optando por retomar os modelos a combustão, considerados mais práticos diante da baixa demanda e dos altos custos de manutenção.
O movimento gerou críticas, mas também revelou um reposicionamento pragmático diante das dificuldades do mercado.
Outro ponto de atrito envolveu o uso de sensores com inteligência artificial para identificar danos em carros devolvidos por clientes.
O sistema, segundo relatos, tem apresentado falhas que geram acusações injustas contra os consumidores, abrindo margem para processos e prejuízos de imagem.
Apesar disso, há investidores que seguem otimistas com o futuro da companhia. O bilionário Bill Ackman, por meio do fundo Pershing Square, ampliou recentemente sua participação na Hertz para quase 20%.
A aposta é de que a gestão atual consiga cortar custos, aumentar margens e reposicionar a empresa nos próximos anos.
Do ponto de vista da Amazon, o acordo reforça sua estratégia de expandir ainda mais seu império para o setor automotivo norte-americano.
Com a força do seu comércio eletrônico, a gigante de tecnologia pretende transformar também o modo como os americanos compram veículos usados — agora com o apoio de uma das maiores frotas do país.
Para o mercado brasileiro, a parceria pode servir como termômetro de uma possível tendência: a união entre grandes plataformas digitais e empresas de mobilidade pode alterar profundamente o modelo tradicional de compra e venda de automóveis, especialmente no segmento de seminovos.
Por ora, o impacto é restrito ao mercado dos EUA — mas não seria surpresa se, em breve, movimentos semelhantes começarem a surgir também por aqui.
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