
A Ferrari acaba de registrar uma nova patente que pode representar uma guinada radical na sua futura linha de veículos elétricos.
A documentação, revelada recentemente por meio do órgão de patentes europeu (EUIPO), traz muito mais do que um motor inovador.
Ela abre caminho para possibilidades impensáveis dentro do universo da marca, incluindo tração dianteira e bateria posicionada onde, até hoje, batia o coração V12 de seus modelos mais icônicos.
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O foco principal do registro é um novo tipo de motor elétrico desenvolvido internamente pela Ferrari, prometendo mais potência e maior eficiência, além de melhor resistência a altas temperaturas.

A proposta envolve mudanças na disposição dos ímãs — atualmente organizados em um padrão conhecido como Halbach Array — que, segundo a Ferrari, perde eficiência em altas rotações.
O novo design sugere ímãs posicionados em slots no corpo do motor, acompanhados de bobinas e núcleos magnéticos suplementares, tudo pensado para otimizar o desempenho e a durabilidade térmica.
Mas o que realmente chamou atenção foram os trechos do texto da patente que abordam a arquitetura do veículo como um todo.
A Ferrari afirma que “preferencialmente” o novo motor será usado para tracionar as rodas traseiras — como manda a tradição.

No entanto, admite também a possibilidade de uso nas rodas dianteiras ou em ambas. Isso mesmo: a Ferrari deixou em aberto a chance de lançar um modelo com tração dianteira pura, algo até então considerado uma heresia para os puristas da marca.
Outra revelação importante está no posicionamento do conjunto de baterias. A fabricante italiana estuda alocar o pack de alta tensão (com mais de 50 kWh e sistema de 800 volts) na parte dianteira do carro, onde normalmente estaria o motor a combustão.
O objetivo é garantir uma distribuição de peso mais compatível com os antigos grand tourers da marca, como o 812 Superfast ou o novo 12Cilindri. Isso também ajudaria a manter o centro de gravidade baixo, algo crucial para o desempenho dinâmico esperado de qualquer Ferrari.
O módulo de recarga também ficaria na frente, próximo à bateria e entre o plugue e o sistema elétrico.

Isso sugere que as futuras Ferraris elétricas poderão ser carregadas pela lateral dianteira — possivelmente embaixo do escudo Scudetto, símbolo da marca, que poderia ganhar uma versão móvel e tecnológica.
A patente também deixa claro que esses avanços são pensados tanto para configurações híbridas quanto 100% elétricas, o que inclui desde esportivos de rua até SUVs.
Inclusive, a expectativa é que o primeiro modelo 100% elétrico da Ferrari seja apresentado ainda este ano — e rumores apontam que será um SUV com proporções semelhantes ao V12 Purosangue, mas movido a baterias e motores elétricos.
Apesar da mudança de paradigma, a Ferrari promete que seus EVs manterão a essência emocional da marca.
Executivos já declararam publicamente que o som, a performance e a sensação ao volante seguirão sendo prioridade — mesmo que a trilha sonora não venha mais de um motor V12 girando a 9.000 rpm.
A transição para a eletrificação total é inevitável, mas a Ferrari parece determinada a fazer isso do seu jeito: com engenharia refinada, design ousado e, agora, com surpresas que podem mudar o significado do que é dirigir um Ferrari.
Para bem ou para o desespero dos puristas, o futuro do cavalinho rampante será elétrico — e talvez, com tração dianteira.
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