Sob intensa pressão de custos elevados e concorrência chinesa, a Volkswagen rejeitou nesta sexta-feira (28) as propostas sindicais de economia, dias antes de greves planejadas que buscam evitar o fechamento de fábricas pela primeira vez nos 87 anos de história da montadora.
O sindicato IG Metall, um dos mais poderosos da Alemanha, propôs uma economia de 1,5 bilhão de euros, incluindo a renúncia de bônus pelos trabalhadores em 2025 e 2026.
A Volkswagen, no entanto, rejeitou a proposta, afirmando que ela não proporcionaria um alívio financeiro sustentável nos próximos anos.
Uma fonte interna da montadora desconsiderou as sugestões do sindicato, alegando que elas apenas comprariam tempo, o que a empresa não pode se dar ao luxo de perder.
A Volkswagen também defende um corte de 10% nos salários para enfrentar a queda na demanda por carros na Europa e competir com os veículos mais baratos da China.
O sindicato criticou a falta de alternativas concretas por parte da Volkswagen e reiterou suas propostas de economia. O IG Metall alertou que greves podem começar já na próxima semana, marcando o primeiro movimento de larga escala na Alemanha desde 2018.
As chamadas “greves de advertência” — que duram de algumas horas a um dia — estão previstas para segunda-feira (2 de dezembro), e o impasse pode evoluir para paralisações de 24 horas ou indefinidas caso não haja acordo nas próximas negociações.
A Volkswagen enfrenta uma combinação de desafios, incluindo:
– Demanda Fraca: O mercado europeu de carros não deve voltar aos níveis pré-pandemia.
– Custos Altos: A produção excessiva e cara na Alemanha tem pressionado os lucros.
– Concorrência Chinesa: Fabricantes chineses oferecem veículos mais acessíveis, ameaçando a participação de mercado da VW.
Além disso, decisões de gestão, investimentos mal calculados e a burocracia alemã têm sido apontados como fatores que agravam a situação da montadora.
As paralisações, somadas à queda nas entregas e lucros já em declínio, podem prejudicar ainda mais a produção da Volkswagen.
As negociações entre representantes sindicais e a direção da empresa continuarão em 9 de dezembro, com os sindicatos exigindo um plano de longo prazo que garanta a continuidade de todas as fábricas da VW.
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