Em um mundo onde quem tem dinheiro suficiente pode comprar um carro de pista só para exibir nos track days mais exclusivos do planeta, a Aston Martin acaba de lançar sua nova obra de arte: o Valkyrie LM.
Trata-se de uma versão para circuito, sem homologação de rua, baseada no Valkyrie de produção — que já é um dos hipercarros mais extremos à venda.
Mas apesar do visual agressivo e do barulho digno de Fórmula 1, a performance competitiva parece ter ficado no papel.
Com produção limitada a apenas 10 unidades e preço estimado em US$ 5 milhões (cerca de R$ 27 milhões), o Valkyrie LM é voltado para quem quer exclusividade absoluta — e não se importa com tempos de volta em Le Mans.
Isso porque o modelo é baseado na versão de corrida que participa do WEC, mas que até agora coleciona resultados decepcionantes.
Seu melhor desempenho foi um 14º lugar, e na preparação para as 24 Horas de Le Mans deste ano, ficou atrás até de alguns protótipos da classe LMP2.
Ao contrário da versão de rua, o Valkyrie LM abandonou o sistema híbrido e ficou apenas com um motor V12 6.5 aspirado, desenvolvido pela Cosworth.
São 697 cavalos — número bem abaixo dos 1.139 cv do Valkyrie original — justamente para tornar o carro mais “amigável” para os pilotos milionários que vão usá-lo em eventos fechados e dias de pista organizados pela própria Aston.
Segundo a marca, a ideia é que o carro seja acessível o suficiente para não causar acidentes antes da primeira curva.
Quem tiver coragem (e disposição) para pilotar o Valkyrie LM vai contar com um serviço completo de suporte técnico e transporte global.
A Aston oferece acompanhamento com engenheiros, sessões de telemetria, aulas teóricas e toda uma estrutura para transformar os donos em pilotos de final de semana — ainda que o carro em si jamais ameace a liderança de uma Toyota GR010 em Le Mans.
O CEO da marca, Adrian Hallmark, tentou vender o peixe: “Não há nada no mundo como o Valkyrie”. Mas a realidade é que o modelo parece ter nascido mais como peça de colecionador do que como máquina de competição.
Em tempos de elétricos, híbridos e IA embarcada, há quem prefira a velha escola: um V12 gritando alto e uma ficha técnica respeitável — ainda que, na prática, sirva mais para impressionar no paddock do que para ganhar corridas.
Resta saber se algum dos 10 felizardos terá coragem de realmente acelerar o Valkyrie LM em pista.
Mas se for para deixá-lo parado em um galpão climatizado, talvez fosse mais fácil comprar uma estátua.
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