
A crescente onda de tecnologias “inteligentes” nos carros está longe de agradar a todos.
Em uma crítica bem-humorada, mas afiada, o site da Autocar, revista britânica, comparou o comportamento de alguns motoristas com seus cães, que recebem broncas por agir de forma instintiva — e usou a metáfora para falar sobre o adaptive cruise control, o piloto automático adaptativo que vem substituindo o tradicional.
Segundo ele, o sistema é útil no trânsito pesado, onde basta seguir o fluxo.
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Porém, em viagens pela estrada, o “cruise control burro” ainda é mais prático: fixa a velocidade, e cabe ao motorista decidir quando ultrapassar, sem a interferência dos sensores.

O problema, afirma, é que com o adaptativo é preciso prever a desaceleração do carro à frente, apertar o acelerador para compensar ou trocar de faixa antes do ideal — sem falar nas freadas inesperadas causadas por “fantasmas” detectados pelos sensores ou por simples curvas na pista.
A crítica se estende a outros recursos automáticos. Bancos aquecidos e ventilados que ligam e desligam sozinhos, por exemplo, acabam confundindo o condutor mais do que ajudando.
Sistemas como o “atalho contextual” de alguns Volvos, que mudam os botões disponíveis na tela conforme a situação, geram estranhamento: o motorista procura uma função que estava ali antes e desapareceu sem explicação.
O jornalista também aponta que, diferentemente de um cachorro, um carro tem menus de configuração — e deveria permitir desligar esses recursos a qualquer momento. Mas, na prática, muitos modelos não oferecem essa opção.

A frustração é reforçada pelo fato de que, em alguns carros modernos, até manter a velocidade manualmente ficou difícil, graças a turbos com atraso de resposta, sistemas híbridos e mapeamentos de acelerador “esportivos” que deixam o controle no pé menos preciso.
No fim, a sensação é de que a indústria está priorizando a automação, muitas vezes mais por economia e marketing do que por real conveniência ao motorista.
Até que as fabricantes permitam ajustes livres, a solução será continuar reclamando — ou, quem sabe, torcer para que o comando de voz entenda um desabafo e resolva obedecer.
[Fonte: Autocar]
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