No mundo dos carros comuns, personalizar um veículo com pintura especial ou bancos aquecidos pode pesar no bolso, mas costuma manter uma certa lógica proporcional ao preço de tabela.

Um SUV comum, por exemplo, pode cobrar R$ 2.000 por uma cor diferente. Já na BMW, uma pintura especial pode beirar os R$ 15 mil. Mas e se o carro em questão custar milhões?

Aí a brincadeira muda de patamar — e o novo Bugatti Tourbillon é prova disso.

O hiperesportivo francês, que parte de US$ 4,6 milhões (algo próximo a R$ 26 milhões), já nasceu com números surreais: um motor híbrido V16 de 8,3 litros, tração integral, câmbio de dupla embreagem de oito marchas e impressionantes 1.775 cavalos de potência.

Segundo a marca, ele vai de 0 a 100 km/h em apenas 2 segundos. Mas o que realmente impressiona — além da ficha técnica — são os valores cobrados pelas opções de personalização.

Um suposto vazamento de uma página de configuração, divulgado inicialmente pelo perfil Tourbillon Registry no Instagram e depois capturado pelo site The Supercar Blog, revelou alguns dos pacotes mais absurdos já vistos no setor automotivo.

Só a pintura exterior “Matt Vermillion Carbon” custa US$ 360 mil. E para deixá-la fosca? É mais US$ 60 mil.

O pacote Pur Sang, que adiciona oito saídas de escape e um conjunto aerodinâmico revisado, sai por US$ 240 mil. Um “bom negócio”, considerando os padrões da marca.

Quer os escapamentos em preto? Acrescente mais US$ 15 mil. E se você quiser um acabamento em duas cores para as rodas, prepare mais US$ 20 mil.

No interior, o painel de instrumentos traz uma combinação de estrutura preta com fundo cinza e engrenagens em ouro rosa. Só os ponteiros cinza-escuro custam US$ 15 mil.

O pacote completo para o painel soma US$ 65 mil. Pelo menos, os mostradores de alumínio com acabamento “sunray” são gratuitos.

E para quem gosta de viajar com estilo, a Bugatti oferece três malas exclusivas: duas para roupas e uma pequena de final de semana.

O preço? US$ 35 mil. É o tipo de item que parece absurdo — até lembrarmos que, proporcionalmente, é como pagar R$ 1.000 por um tapete opcional em um Honda Civic.

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A proteção contra pedras na pintura, o famoso “clear bra”, não ficou de fora. O valor do filme transparente de proteção? US$ 25 mil.

Quando se paga quase meio milhão de dólares apenas pela cor do carro, é de se esperar que o dono não queira correr riscos com pedregulhos soltos na estrada.

Somando todos os extras configurados nesse exemplo, o valor final ultrapassa os US$ 960 mil em opções. Isso eleva o custo do Tourbillon configurado para mais de US$ 5,5 milhões.

Para o público-alvo da Bugatti, esse valor provavelmente não causa calafrios. Mas, para o resto do mundo, é difícil não se espantar com o nível de personalização — e com a naturalidade com que se fala em gastar mais de R$ 1 milhão apenas com um ou outro opcional.

Agora é esperar os primeiros clientes colocarem suas máquinas nas ruas (ou em coleções climatizadas) e torcer para que nenhum acabe em um lago porque alguém tentou desviar de um pássaro.

Afinal, com grandes supercarros vêm grandes responsabilidades.