Placas exclusivas viram febre no Reino Unido e chegam a valer mais do que os próprios carros

placa reino unido
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Na tenda de leilões do Festival de Velocidade de Goodwood, o calor do verão britânico é abafado por murmúrios e olhares ansiosos.

Um Mazda RX-7 laranja de “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” chama atenção, mas a verdadeira estrela da tarde não tem rodas.

O item do catálogo é apenas uma placa de carro — e já começa com um lance de £180 mil, equivalente a R$ 1,3 milhão . Minutos depois, ela alcança a marca histórica de £530 mil, ultrapassando meio milhão de libras (R$ 3,6 milhões) por três simples caracteres: “JB 1”.

O que move essa obsessão por placas personalizadas, que muitas vezes valem mais do que o carro onde estão instaladas?

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Para John Harrison, 75 anos, conhecido como o “padrinho moderno da autonumerologia”, esse fascínio tem múltiplas camadas.

Pode ser o padrão dos números, um significado pessoal ou até a raridade. Ele começou a anotar placas aos 8 anos e nunca mais parou.

Hoje, é autor de “The Number Plate Book” e presença constante nos encontros da Registration Numbers Club — uma espécie de Comic-Con dos aficionados.

Nesse universo de colecionadores, há os que buscam iniciais próprias, como Neal Bircher com sua “NEA 1”, e aqueles que sonham com relíquias como “A1”, considerada a Mona Lisa das placas, atualmente pertencente à realeza de Brunei.

Outros, como Richard Conway, tratam placas como obras de arte. Ele é dono da “1 HRH”, avaliada em £2,5 milhões, e já recusou ofertas milionárias — embora reconheça que o preço pode parecer “ambicioso”.

Empresas como a Regtransfers vivem dessa febre. Segundo sua gerente de marketing, Angela Banh, o mercado de placas movimentou mais de £274 milhões em 2024 só no Reino Unido.

A DVLA (órgão equivalente ao Detran britânico) cobra £80 por transação e agora até fabrica placas sob encomenda, vendendo-as em leilões virtuais que lembram cassinos digitais para milionários.

Há também o charme da provocação. Placas como “8 FU” beiram o limite do aceitável. Muitas são censuradas, mas o gosto pelo duplo sentido persiste.

E a tendência não é só de homens brancos e senhores de idade: Kit Joubert, de 23 anos, virou fenômeno no Instagram com vídeos que exploram a história das placas e planeja fazer disso sua carreira.

O fenômeno é alimentado por nostalgia e status. Placas com formatação antiga, simples e elegante — como “95 A” ou “OAS 1S” — são cobiçadas por sua estética rara.

Outras ganham valor por nomes, siglas ou popularidade cultural. “Fu” é um sobrenome comum na China , e o número 8 é considerado de sorte, explicando o sucesso da “8 FU”, arrematada por £90 mil.

Enquanto o leilão de “JB 1” atinge os £608.600 com taxas, questiona-se: trata-se de um pedaço de metal com três letras ou de um pedaço de história?

Para alguns, como o entusiasta Nicholas Young (dono da “NY 1”), o prazer é mais emocional que racional. Ele admite: “É meio infantil comprar uma placa com suas iniciais… mas foi exatamente o que eu fiz”.

O comprador de “JB 1” optou pelo anonimato, mas revelou que tem as iniciais JB. Justin Bieber? Jeff Bezos? James Blunt? Jim Broadbent?

A identidade permanece um mistério — assim como o fascínio que transforma uma placa de carro em item de luxo, investimento ou obsessão. Como resumiu um colecionador: “Ou você entende… ou não”.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.


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