
O mundo automotivo vive um momento de transformação em várias frentes, e até mesmo os pneus, peças que muitos consideram banais, estão passando por uma revolução.
A inteligência artificial entrou em cena para analisar desenhos de sulcos, prever desempenhos e simular como cada padrão pode se comportar em situações reais de rodagem.
O caminho até chegar a esse ponto foi longo.
Há pouco mais de 120 anos, os pneus começaram a receber seus primeiros cortes simples, chamados de anti-derrapantes, um recurso que parecia quase artesanal, mas que mudou a forma como os carros lidavam com o solo.
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Em 1903, a alemã Continental apresentava no Salão de Frankfurt pneus com versões lisas e com sulcos para melhorar a aderência, deixando concorrentes como a Dunlop para trás.
Só três anos depois, a britânica passou a anunciar seu modelo “não escorregadio” com orgulho nos jornais da época.
O que começou como cortes longitudinais ou transversais feitos à mão, hoje se tornou um trabalho minucioso de engenharia.
Cada padrão de sulco é resultado de estudos detalhados, e nada é colocado na borracha por acaso. Até a estética do pneu passou a importar, já que o consumidor também valoriza o visual.
Os blocos, que são as partes em contato direto com o solo, formam as bordas que ajudam a gerar tração. Já os sulcos, aberturas entre esses blocos, cumprem papel crucial no escoamento de água para evitar perda de contato em dias de chuva.
Outro elemento importante são as nervuras, faixas contínuas que garantem estabilidade e respostas mais afiadas na direção.
Mas talvez o detalhe mais engenhoso sejam as lamelas, pequenos cortes que aumentam a flexibilidade do pneu e multiplicam as bordas de contato.
Em pneus de neve, essas lamelas chegam a aprisionar a própria neve para gerar ainda mais aderência em superfícies congeladas, aproveitando o princípio de que a neve gruda bem na neve, como na hora de montar um boneco.
Essa complexidade, embora tenha mais de um século, hoje só consegue ser aprimorada com o auxílio da tecnologia digital. Programas de simulação e inteligência artificial permitem prever resultados antes mesmo da fabricação de um protótipo.
O grande diferencial da AI é sua capacidade de processar quantidades gigantescas de dados, algo que antes demandava testes caros e demorados.
Agora, as marcas podem criar virtualmente dezenas de padrões, descartar os menos eficazes e chegar a soluções mais seguras e eficientes.
O futuro dos pneus promete unir tradição e modernidade.
A história dos primeiros sulcos ainda impressiona, mas é a análise de dados em tempo real que aponta para um caminho de pneus mais aderentes, seguros e até mesmo visualmente mais atrativos para os motoristas do amanhã.
[Fonte: Autocar]
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