Polícia sendo polícia: Departamento do Havaí prendeu mais de 120 motoristas sóbrios e os acusou de estarem bêbados

honolulu policia (3)
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O que deveria ser um mecanismo para garantir a segurança nas estradas está se transformando em um escândalo nacional nos Estados Unidos.

No Havaí, a Polícia de Honolulu (HPD) está sendo acusada formalmente de usar prisões infundadas para manter o fluxo de recursos federais.

Uma nova ação judicial movida pela ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) revela que motoristas completamente sóbrios estão sendo presos durante blitzes de sobriedade, numa prática que estaria beneficiando a corporação com bônus estatísticos e, por consequência, mais verba.

Entre 2022 e 2024, ao menos 129 pessoas foram presas em Honolulu por suspeita de dirigir sob efeito de álcool ou drogas.

Todas elas apresentaram 0,00 de teor alcoólico no sangue, segundo exames realizados após a prisão.

honolulu policia (1)
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Para a ACLU, esses dados não são mero erro de julgamento: seriam parte de uma política institucional que privilegia resultados numéricos acima de evidências reais.

A denúncia vai além: policiais que efetuam prisões nessas blitzes estariam sendo autorizados a encerrar seus turnos mais cedo, como uma espécie de “prêmio” informal.

A acusação aponta que esse incentivo, somado à pressão por apresentar números altos de prisões, teria levado à detenção injusta de cidadãos inocentes, como foi o caso de Sara Poppinga, Tanner Pangan e Ammon Fepuleai — todos sem qualquer substância no organismo.

O relato de Fepuleai é contundente: “Foi uma experiência profundamente traumatizante. Eu sempre vi a polícia como uma força que protege os inocentes, mas isso abalou completamente minha confiança”.

Já os representantes da polícia afirmaram à NBC que estão conduzindo uma revisão interna dos registros de prisões por condução sob influência desde 2021.

honolulu policia (2)
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Mas o problema parece ir além das ilhas havaianas. Casos semelhantes ocorreram em estados como Tennessee, onde, desde 2017, mais de 600 pessoas teriam sido presas por suposto uso de álcool ou drogas, mesmo sem qualquer substância detectada nos testes.

Um dos acusados teve o processo arquivado com prejuízo — o que significa que o tribunal entendeu que os policiais cometeram abuso evidente de autoridade. Agora, o caso segue para julgamento por danos civis.

Esse padrão levanta sérias questões sobre a eficácia e os critérios das blitzes nos Estados Unidos.

O que era para ser um instrumento de segurança pública está virando munição para processos judiciais e gerando desconfiança na população.

Prisões sem provas, motivadas por estatísticas infladas e possíveis vantagens operacionais, colocam em xeque a credibilidade das forças policiais e evidenciam um desequilíbrio perigoso entre segurança e direitos civis.

Com julgamentos já agendados e pressão pública crescente, o desfecho desses casos pode moldar o futuro das políticas de fiscalização rodoviária no país.

Enquanto isso, centenas de motoristas — todos sóbrios — seguem tentando limpar seus nomes e recuperar a confiança na justiça.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.