Porsche afunda com tarifas de Trump, vendas fracas, prejuízos milionários e vive seu pior momento

porsche 911 st verde (3)
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A Porsche está sentindo no bolso o peso das novas tarifas automotivas dos Estados Unidos e já cogita medidas drásticas para conter os danos.

De acordo com um memorando interno vazado e reportado pela Bloomberg, a montadora alemã pode iniciar ainda este ano uma nova rodada de cortes e reestruturações.

Entre os motivos estão as taxas impostas pelo governo Trump, vendas decepcionantes dos modelos elétricos Taycan e Macan , além de uma retração preocupante no mercado chinês.

Segundo o próprio CEO da empresa, Oliver Blume, a situação é mais grave do que parece .

porsche 911 club america (3)
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“Tudo isso está nos atingindo com força – mais do que a maioria das outras montadoras… Nosso modelo de negócios, que funcionou por décadas, já não serve mais em sua forma atual”, declarou, em tom de alerta.

Mesmo com um crescimento modesto de pouco mais de 11% nas vendas globais até o segundo trimestre de 2025, a Porsche não conseguiu escapar do baque.

A linha Taycan, aposta elétrica da marca, teve crescimento ínfimo de apenas 1,4% e desempenho fraco especialmente na China – segundo maior mercado da empresa. Por lá, os consumidores têm preferido elétricos de luxo locais, como os modelos da Zeekr e da Nio, que vêm roubando espaço das marcas tradicionais.

Nos Estados Unidos, a situação é ainda mais crítica. Como nenhum carro da Porsche é produzido localmente, os custos com importação explodiram após os aumentos tarifários.

porsche taycan gt turbo weissach (1)
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A empresa já confirmou que todos os preços de sua linha no país subirão novamente este ano — é o segundo reajuste consecutivo em 2025. Com isso, até o modelo de entrada, o 718 Cayman, está prestes a ultrapassar os 73 mil dólares, enquanto o Cayenne Turbo GT já ultrapassa os 210 mil.

A Porsche também estuda adiar ou cancelar projetos futuros para conter os gastos. O desenvolvimento do motor de seis tempos, mais eficiente, pode ser suspenso. Já o 718 Cayman/Boxster elétrico, que estava previsto para breve, foi empurrado para 2027.

Os cortes não param por aí: 3.900 demissões já estão previstas até 2029, e mais reduções podem vir, a exemplo do que a Volkswagen, controladora da Porsche, está fazendo na Alemanha.

O desafio de manter uma margem operacional entre 15% e 17%, frente aos 8,6% registrados no primeiro trimestre, está cada vez mais distante.

A Porsche, que teve um 2024 de vendas recordes, agora enfrenta uma tempestade perfeita: tarifas externas, eletrificação abaixo das expectativas e concorrência feroz no mercado chinês.

Enquanto isso, outras montadoras europeias também estão sofrendo com os efeitos colaterais da política tarifária americana.

A General Motors, por exemplo, viu seu lucro líquido despencar 35%, acumulando um prejuízo de 1,1 bilhão de dólares no primeiro semestre. A crise, ao que tudo indica, ainda está só começando.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.