
Para os fabricantes de carros esportivos, não existe pista mais importante no planeta do que Nürburgring. É ali, no lendário traçado Nordschleife, que se constroem mitos, reputações e comparações definitivas.
E agora, a Porsche acaba de conquistar mais um marco ao registrar a volta mais rápida da história em Nürburgring para um carro de produção com câmbio manual.
Guiado pelo piloto de fábrica Jörg Bergmeister, o novo 911 GT3 manual completou os 20,8 km do circuito em 6 minutos, 56 segundos e 294 milésimos.
Com esse tempo, o modelo alemão superou não só o GT3 anterior equipado com câmbio PDK (em mais de três segundos), como também deixou para trás o lendário Dodge Viper ACR, até então o detentor do recorde entre os manuais.
A façanha do Viper ACR, aliás, teve um contexto heroico. Em 2017, com o fim da produção do esportivo americano, um grupo de fãs encabeçado por Russ Oasis criou uma vaquinha online com o objetivo de “tomar de volta o recorde de Nürburgring”.

Mais de 200 mil dólares foram arrecadados, os carros enviados para a Alemanha, e o piloto Lance David Arnold foi encarregado da missão.
Mesmo enfrentando problemas como estouro de pneus e até um acidente, o Viper conseguiu um impressionante tempo de 7:01.3 — feito notável para uma equipe independente e sem apoio oficial da Dodge.
Mas o novo 911 GT3 chegou para reescrever essa história. Apesar de ter menos potência que o Viper (510 cv contra 653 cv) e de pesar apenas 67 kg a menos, o Porsche compensou com um projeto refinado, aerodinâmica impecável e uma afinação de chassi digna de pista.
Tudo isso calçado com pneus Michelin Pilot Sport Cup 2 R, que, embora grudentos, não são tão agressivos quanto os Kumho 200-treadwear usados pelo Viper.
E o feito da Porsche fica ainda mais impressionante quando se olha quem ficou para trás. O GT3 manual foi mais rápido que supermáquinas como Ferrari 296 GTB, Porsche 918 Spyder e até o recém-lançado Ford Mustang GTD.
Estamos falando de um carro que, mesmo custando cerca de R$ 1,3 milhão na Europa com todos os opcionais (como o pacote Weissach e os bancos concha), ainda é uma pechincha perto dos rivais milionários que superou.
Se alguém ainda duvidava que ainda há espaço para esportivos com câmbio manual no mundo moderno, a Porsche acaba de provar o contrário.
Em tempos de condução semiautônoma e mudanças eletrônicas em frações de segundo, a marca de Stuttgart mostra que nada substitui a conexão pura entre carro e motorista — principalmente quando se trata de cravar tempos históricos em Nürburgring.

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