
Para um número crescente de britânicos milionários, ter uma casa luxuosa não é suficiente.
Agora, o verdadeiro símbolo de status é poder contemplar sua coleção de supercarros sem sair do sofá — ou até enquanto relaxa na piscina coberta.
A tendência que se espalha entre entusiastas abastados do automobilismo é transformar os carros em verdadeiras obras de arte, expostas dentro de casa como parte da decoração.
Em vez de trancá-los em garagens escondidas ou depósitos distantes, esses apaixonados pelo motor estão adotando as chamadas “galerias de carros”, ambientes projetados especificamente para exibir seus modelos favoritos dentro da própria residência.
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Vidros, luzes direcionadas e até mezaninos com vista panorâmica são parte do conceito.

Em bairros como Knightsbridge e Brent, em Londres, já é comum encontrar imóveis de alto padrão com paredes de vidro revelando clássicos como Porsche 911 e Jaguar vintage logo na entrada.
Segundo especialistas do mercado imobiliário de luxo, como Darcy Hunt da Sotheby’s International Realty, essa preferência cresceu nos últimos cinco anos.
A demanda é tão específica que arquitetos como Jonathan Clark, fundador da Garage Deluxe, se especializaram em projetar esses espaços únicos, tanto no Reino Unido quanto em países como Emirados Árabes Unidos, Brunei e Arábia Saudita.
Clark afirma que o desejo de exibir carros dentro de casa se assemelha ao de quem coleciona arte: se você tem um Matisse, não vai escondê-lo em um armário.
Com modelos clássicos hoje valendo milhões, nada mais natural — na visão dos super-ricos — do que tratá-los com o mesmo respeito que se dá a uma escultura de Rodin ou a um Picasso.

No Reino Unido, no entanto, há uma pedra no caminho: a burocracia.
Segundo Clark, os trâmites para obter permissão de construção de espaços tão grandes são complicados e nem sempre os planejadores urbanos enxergam com bons olhos um porão gigante só para abrigar um desfile de Ferraris, Lamborghinis ou Aston Martins.
Fora da capital, onde há mais terreno disponível, o espetáculo pode ser ainda maior.
Já existem projetos com galerias subterrâneas para até 25 carros, com espaços de entretenimento integrados — como se fossem salas de estar com aroma de gasolina e bancos de couro perfumado.
Um de seus projetos mais grandiosos inclui uma galeria para 80 carros, com direito a bar, lounge e iluminação cênica.

Nos Estados Unidos, a tendência já ganhou proporções épicas. Em Miami, o bilionário Gil Dezer construiu a Porsche Design Tower, um arranha-céu de 60 andares com elevadores dedicados a levar os carros direto ao apartamento do proprietário.
A vista para a praia vem acompanhada da vista para a própria garagem, atrás de uma parede de vidro.
No icônico endereço londrino de 20 Grosvenor Square, onde hoje funciona uma luxuosa residência da rede Four Seasons, um dos apartamentos exibe sua coleção particular de carros através de uma parede transparente conectada à sala de jogos.
Mas essa ostentação toda realmente valoriza o imóvel? A resposta divide opiniões.
Alguns compradores preferem aproveitar a metragem para ter mais espaço habitável, enquanto outros enxergam a garagem-vitrine como um diferencial exclusivo que poucos imóveis oferecem.
Para quem é apaixonado por carros, o charme de ver sua Ferrari 250 GTO exposta ao lado do piano de cauda pode ser simplesmente irresistível.
A verdade é que, para um grupo seleto de aficionados com conta bancária gorda, o luxo já não se resume a dirigir um supercarro — é preciso vê-lo, admirá-lo, exibi-lo e integrá-lo à própria vida como se fosse parte da mobília.
E, por que não, da própria identidade.
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