Nesta semana, a Casa Branca apontou diretamente China e Rússia como ameaças aos veículos e motoristas nos Estados Unidos.
Em um comunicado, foi destacado que o Departamento de Comércio está propondo uma nova regra para proibir a venda e importação de veículos “conectados” fabricados ou com componentes de ambos os países.
A proposta abrange uma extensa lista de tecnologias e componentes, como sistemas que possam controlar ou corrigir movimentos dos veículos, coletar dados de motoristas ou passageiros, câmeras, sensores, softwares de condução autônoma, e quaisquer dispositivos que possam gravar ou enviar informações sobre infraestruturas americanas.
Embora a intenção possa não ser banir todos os veículos chineses, dependendo de como esses termos forem interpretados, o resultado final pode ser exatamente esse.
Sistemas comuns, como câmeras de ré e GPS integrados, por exemplo, poderiam se enquadrar na proibição.
Leis amplas como essa muitas vezes abrem espaço para interpretações mínimas de conformidade, o que pode gerar brechas e adaptações que burlam o espírito da lei.
O texto da proposta cita a proibição de “sistemas projetados, desenvolvidos ou fabricados por entidades sob controle de adversários estrangeiros”, o que levanta a pergunta: Quem realmente será afetado por essa nova regra?
“Made in China” pode se tornar um problema
Sem dúvida, muitas das grandes empresas estatais chinesas e startups que dependem de subsídios do governo chinês serão diretamente impactadas.
Contudo, também existem questões sobre empresas como Volvo e Polestar, que foram adquiridas por investidores chineses, e podem acabar se enquadrando nessa proibição.
Além disso, qualquer fabricante de automóveis que opere na China precisa compartilhar 50% de sua operação com o governo chinês.
Esse tipo de parceria pode causar dúvidas sobre a aplicabilidade da regra. Mesmo a Ford, tradicional empresa americana, pode ser afetada devido à sua parceria com a chinesa Changan para a produção de veículos no país asiático.
Proibição estratégica ou jogada política?
A sincronização desse anúncio pode levantar suspeitas de que ele visa fortalecer o apoio de sindicatos como o UAW, além de conquistar votos em regiões industriais cruciais, como o cinturão da ferrugem, especialmente em um momento de tensão pré-eleitoral.
Enquanto a preocupação com ataques cibernéticos é legítima, essa medida vem diretamente do poder executivo, não do Congresso, o que significa que é uma imposição de regra e não uma lei propriamente dita, faltando a coordenação e o financiamento necessários para uma implementação mais eficaz.
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