
Citroën apresenta linha 2026 de seus produtos, com novas versões e melhorias variadas
Desde que a Citroën apresentou seu novo posicionamento para países emergentes, há quatro anos, as reações do público e do mercado foram bastante mistas.
A marca que outrora foi conhecida pelos produtos tecnológicos, refinados e com design excêntrico, se apresenta agora com modelos de baixo custo, focados em volume de vendas e com características que não eram comuns no portfólio da montadora francesa.
Tudo isso se consolidou em 2022, com o lançamento do primeiro produto da estratégia chamada de “C-Cubed”, que, no caso, era a nova e atual geração do hatch compacto C3, o carro-chefe da Citroën no Brasil por um bom tempo.
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Um ano depois, foi a vez do segundo modelo da C-Cubed, o C3 Aircross, um SUV com até sete lugares chamado atualmente apenas de “Aircross” por questões mercadológicas e de posicionamento na gama.

No ano passado, o último produto da estratégia foi apresentado com o SUV-cupê Basalt, com proposta de ser o utilitário esportivo de porte compacto mais acessível do Brasil.
Embora sejam carros diferentes, os três têm muitas coisas em comum, como a plataforma CMP, compartilhada com os Peugeot 208 e 2008, e várias peças de acabamento interno e externo, motores e transmissões.
O grande problema dos C-Cubed, contudo, é que a busca por acessibilidade e preços mais em conta resultou em certos pontos fracos nos três modelos.
A corrida por preços mais acessíveis não vingou, impactando negativamente nas expectativas de vendas por parte da Citroën e de suas concessionárias.

Para tentar resolver os problemas, a fabricante aproveitou a primeira semana de setembro para apresentar a linha 2026 de seus carros de passeio, trazendo novidades em vários aspectos e novas configurações que prometem alavancar as vendas.
O evento de lançamento foi no Rio de Janeiro, no exato local em que o novo C3, o primeiro C-Cubed, foi apresentado, há três anos, para o mercado brasileiro.
A Citroën revelou a gama 2026 dos três modelos com detalhes e preços de tabela, sendo cinco versões para o C3 e quatro configurações tanto para o Aircross quanto para o Basalt.
Começando pelo hatch, a gama é composta pelas variantes Live (R$ 82.990), Live Pack (R$ 89.990), Feel (R$ 93.990), You com motor turbo e câmbio CVT (R$ 106.990) e a inédita XTR (R$ 96.990) como principal novidade da linha 2026.

Ao acessar o configurador no site oficial da marca, é possível conseguir até R$ 8 mil de desconto dependendo da opção escolhida, o que faz o novo C3 XTR sair por R$ 88.990 para o consumidor final.
No Aircross, as versões são a Feel com cinco lugares (R$ 118.800), a Feel com sete lugares (R$ 123.990), a Shine (R$ 147.990) e a nova XTR (R$ 149.990) como topo de gama.
Tanto a Shine quanto a XTR são oferecidas somente com sete lugares. Para o Aircross, os descontos chegam a R$ 20 mil, fazendo o Aircross XTR sair por R$ 129.990.
Já o Basalt é oferecido nas variantes Feel com motor aspirado e câmbio manual (R$ 101.490), Feel com turbo e transmissão CVT (R$ 118.990), Shine (R$ 123.990) e a inédita Dark Edition (R$ 124.990).

Para o SUV-cupê, os descontos são de até R$ 10 mil, com o novo Basalt Dark Edition custando R$ 114.990 para o cliente final.
As novidades mais expressivas na família C3 podem ser vistas a partir da versão Live, a mais barata, como a nova iluminação no porta-luvas e as calotas com acabamento escurecido.
Na Live Pack, a central multimídia com tela de 10 polegadas ostenta a chamada “borda ultrafina”, reduzindo a espessura do acabamento e deixando um aspecto mais sofisticado.
Na Feel, posicionada logo acima, o motorista passa a contar com botões elétricos para os quatro vidros ao seu alcance e no apoio de braço da porta, enquanto alguns detalhes internos no painel e nas portas dianteiras passam a vir revestidos em tecido.

A topo de linha You, única com motor turbo e câmbio automático, recebe painel de instrumentos 100% digital, ar-condicionado automático digital, controle de cruzeiro e acabamentos internos em vinil para o painel e os apoios de braço das portas dianteiras.
A variante XTR, de “eXTReme”, se diferencia de todas as outras por trazer pneus Scorpion ATR da Pirelli, de uso misto, com medidas 205/60 R15 – ligeiramente mais baixos e largos do que os 195/65 R15 das demais configurações.
O C3 XTR conta ainda com detalhes externos em verde, adesivos exclusivos da versão, rodas e emblemas externos em grafite, bancos e elementos internos em vinil com costura em verde claro, forro do teto e colunas em preto, pedaleiras esportivas e protetores de soleira exclusivos.
Na parte de equipamentos, traz faróis de neblina, luzes de circulação diurna em leds, cluster de instrumentos 100% digital com tela de 7 polegadas, vidros elétricos nas quatro portas, duas portas USB tipo C atrás, rodas aro 15 em liga leve, ar-condicionado automático digital, câmera de ré e ajuste de altura para o volante e o banco do motorista.

A motorização da XTR é a mesma dos C3 mais baratos, composta pelo conhecido motor 1.0 Firefly aspirado flex de três cilindros em linha, capaz de gerar até 75 cavalos de potência e 10,7 kgfm de torque, atrelado a uma caixa manual de 5 velocidades.
Com esse conjunto, o hatch compacto acelera de zero a 100 km/h em 14,1 segundos e pode atingir 162 km/h de velocidade máxima quando abastecido com etanol.
Com gasolina, os números caem para 15 segundos e 160 km/h, respectivamente. Por se tratar da principal novidade da linha 2026 da Citroën, o C3 XTR foi o escolhido para o test-drive.

Experiência a bordo – Antes tarde do que nunca
De um modo geral, os interiores dos C-Cubed sempre foram alvo de duras críticas tanto da parte dos consumidores quanto da imprensa especializada.
Isso se deve, principalmente, a fatores como o excesso de plásticos rígidos e certas soluções pensadas para baratear o produto, mas que acabam comprometendo sua usabilidade.
A linha 2026, apesar de não acabar completamente com esses problemas, resolve-os na maioria das configurações disponíveis dos três modelos.
No C3 XTR testado, o cluster inteiramente digital de instrumentos é bastante superior ao tradicional painel quadrado de todas as versões do hatch, monocromático e sem conta-giros, que reforça o aspecto de carro “simplório”.

As peças revestidas em material macio ao toque no C3 XTR deixam a cabine com aspecto bem mais convidativo, demonstrando que a Citroën não apenas sabe receber críticas como também busca saná-las dentro das possibilidades.
A decoração exclusiva da XTR chega a deixar o compacto discretamente divertido graças a boas sacadas como os detalhes esverdeados e os emblemas escurecidos, sem exageros.
A troca do forro do teto e das colunas claras por finalizações escuras foi outra decisão acertada, fazendo par com o acréscimo de portas USB para quem viaja atrás e do ar-condicionado com controles digitais.
Porém, nem tudo são flores! O revestimento das portas traseiras continua totalmente em plástico, enquanto os botões dos vidros traseiros ficam no console, contrariando o Aircross e o Basalt, que ganharam os comandos diretamente nas portas de trás.

Impressões ao dirigir – Emoções urbanas
Rio de Janeiro/RJ – Para todos os efeitos, o C3 é um carro de condução bastante pacata, com suspensão corretamente ajustada para as condições de rodagem brasileiras, desempenho altamente comedido e, se o pé no acelerador não for pesado, capacidade de atingir boas médias de consumo.
O novo XTR preserva todas essas características, mas com um ganho bem-vindo em conforto graças aos pneus de uso misto. Se antes o hatch já lidava com os defeitos da pista com eficiência, agora mal dá para se perceber a maioria deles.
O percurso de teste incluiu trechos de pista com paralelepípedo. E, de forma surpreendente, o C3 XTR quase fez parecer que ainda estava circulando em uma via pavimentada convencional.
Quanto à desenvoltura nas acelerações e a retomadas, a coisa muda de figura. Aí, se sente a falta do bloco T200 turbo da Stellantis na variante com ar de aventureira.
O C3 XTR é o mais caro dentre os aspirados, porém, a Citroën poderia ter disponibilizado uma opção com o motor turbo e o câmbio CVT, como ocorre na You do C3.
Basta chegar à primeira elevação de pista para ter de reduzir marchas e elevar as rotações do pequeno tricilíndrico aspirado debaixo do capô da XTR.
Falta elasticidade tanto ao motor quanto ao câmbio, uma dupla que não aceita ser conduzida sem absoluta atenção aos regimes de rotações de potência e torque máximos.
Por outro lado, quando utilizado em situações que não exigem força, o 1.0 Firefly continua suave e agradável. No final das contas, o novo C3 XTR brilha mais pelas atualizações de acabamento e comodidade do que pelo comportamento em si.
Todavia, mediante o preço praticado ao consumidor final pela própria Citroën, o hatch tem reais chances de virar o jogo e começar a ameaçar a concorrência, suprindo as expectativas da marca.
Ficha técnica – Citroën C3 XTR
Motor: dianteiro, transversal, três cilindros, 999 cm³
Potência: 71 cavalos (gasolina) / 75 cavalos (etanol) a 6 mil rpm
Torque: 10 kgfm a 4.250 rpm (gasolina) / 10,7 kgfm a 3.250 rpm (etanol)
Combustível: gasolina e etanol
Transmissão: manual com 5 marchas
Tração: dianteira
Sistema de freios: ABS/ESC/ASR, dianteiro, disco ventilado, traseiro, a tambor
Suspensão: dianteira, independente, MacPherson com barra estabilizadora, traseira eixo de torção com rodas semi-independentes
Direção: assistência elétrica
Rodas: liga leve de 15 polegadas
Pneus: 205/60 R15
Peso: 1.046 kg
Dimensões: 3,98 metros de comprimento, 1,73 metro de largura, 1,60 metro de altura, 2,54 metros de entre-eixos
Altura mínima em relação ao solo: 18 centímetros
Ângulo de entrada: 23 graus
Ângulo de saída: 39 graus
Porta-malas: 315 litros
Tanque de combustível: 47 litros
Preço: R$ 96.990 (tabela) / R$ 88.990 (desconto de fábrica)
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