Primeiras impressões do crossover elétrico Renault Megane E-Tech

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Com o lançamento nacional do Megane E-Tech, a Renault quer ampliar sua presença no segmento de modelos 100% elétricos e reafirmar a imagem tecnológica da marca

Os carros 100% elétricos representaram menos de 0,5% do total de automóveis e comerciais leves vendidos no Brasil de janeiro a agosto deste ano. No entanto, as vendas do segmento crescem de forma bem mais vigorosa que o restante do mercado nacional.

Atenta à recente movimentação entre os elétricos – vinda especialmente de marcas como BYD, GWM e Volvo –, a Renault resolveu ampliar sua oferta com o lançamento do Megane E-Tech.

Ao contrário do Kwid E-Tech, que é fabricado na China – como quase todos os automóveis elétricos vendidos no Brasil –, o Megane E-Tech é produzido na França, na fábrica de Douai, no coração do ElectriCity, o novo polo industrial europeu para veículos “verdes”.

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Lançado há dois anos, o crossover é sucesso na Europa, com mais de 60 mil emplacamentos. No Brasil, o Megane E-Tech chega com preço de R$ 279.990.

A Renault avisa que o modelo busca se posicionar na briga com crossovers elétricos médios, como o Volvo XC40 (R$ 299.950) e o BYD Yuan Plus (R$ 269.990). A ideia é que o Megane E-Tech também se torne uma espécie de “vitrine móvel” da capacitação tecnológica e do estilo da marca francesa.

Detalhes

O Megane E-Tech adota uma plataforma voltada a veículos elétricos, a CMF-EV. Com um comprimento total de 4,20 metros, 2,05 metros de largura (incluindo retrovisores), 1,52 metro de altura e uma distância de entre-eixos de 2,68 metros, o crossover esportivo apresenta a nova identidade da Renault, com uma linguagem de design que a marca denomina como “Sensual Tech”.

Também, é o primeiro a ostentar o novo logo da marca, o “Nouvel’R”. O design curvilíneo dos ombros da carroceria, os recortes nos para-lamas em torno dos faróis e o capô arqueado coexistem com formas geométricas definidas, como a lâmina nos para-choques e as saídas de ar laterais no para-choque dianteiro.

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Nos faróis full-led com nova assinatura luminosa, as luzes de rodagem diurna se estendem até as saídas laterais do para-choque. Na traseira, filamentos micro-ópticos recortados a laser formam duas faixas, criando um efeito 3D difuso.

A robustez é ressaltada pelas rodas diamantadas de 18 polegadas e proteções na parte inferior da carroceria e nas caixas de roda, além de uma linha de cintura alta. Já a linha descendente do teto e as bitolas alargadas buscam evocar o mundo dos cupês.

As maçanetas de porta são embutidas – quando o motorista ou o passageiro da frente se aproximam para abrir uma porta, ou quando o veículo é destravado, as maçanetas disfarçadas na carroceria aparecem automaticamente.

A capacidade do porta-malas é de até 440 litros e os cabos de recarga encontram um compartimento de 33 litros específico, com acesso a partir do forro do assoalho. O Megane E-Tech está disponível em três cores: Cinza Rafale, Cinza Schiste e Azul Nocturne, sempre com teto preto Étoilé.

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O motor síncrono eletricamente excitado (EESM) do Megane E-Tech entrega 220 cavalos de potência e 30,6 kgfm de torque e conta com quatro níveis de frenagem regenerativa.

Segundo a Renault, ele tem melhor potência em comparação com motores de ímã permanente e não requer metais raros, reduzindo assim o impacto ambiental e o custo da produção em larga escala. O motor é compacto, pesando apenas 145 quilos (incluindo a transmissão).

Já a bateria de 60 kWh tem 395 quilos e espessura de apenas 11 centímetros, posicionada sob o assoalho. É composta de 12 módulos de 24 células cada, distribuídos em duas camadas, com garantia de oito anos ou 160 mil quilômetros.

O Megane E-Tech tem uma autonomia de até 495 quilômetros no uso urbano e 463 quilômetros no rodoviário, de acordo com a norma SAE J1634, utilizada pelo Inmetro. No uso misto, a autonomia é de 481 quilômetros na SAE J1634 e 337 quilômetros no PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular).

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O resultado do PBEV é calculado com uma redução de 30% na autonomia de uso misto da norma SAE J1634. Para aumentar a autonomia, o Megane E-Tech é equipado com um sistema de frenagem regenerativa, permitindo recuperar a energia cinética da desaceleração e transformando-a em energia elétrica.

A versatilidade do Megane E-Tech é potencializada pelas várias soluções de recarga. O modelo é compatível com as infraestruturas de recarga em corrente alternada (AC) e de corrente contínua (DC) de até 130 kW (sistema de recarga combinado).

Para carregar de 15% até 80% da carga da bateria em DC 130 kW são necessários apenas 36 minutos. Em um Wallbox de 22 kW, leva uma hora e 50 minutos. O Megane E-Tech traz de série o cabo Modo 3 para recarga em terminais públicos ou privados. Para uma recarga em domicílio, em uma tomada tradicional, é oferecido como acessório o cabo flexicharger.

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Experiência a bordo – Provocações sensoriais

Ao se aproximar do Megane E-Tech, o motorista é saudado pelo “Welcome Sequence” – um movimento coreográfico das luzes externas e internas ocorre quando é constatado que uma pessoa está perto do carro com a chave-cartão.

Na cabine, fica evidente que o objetivo dos designers foi ir além dos materiais tradicionais. O painel de bordo é revestido de material têxtil. Já o contorno superior do painel de bordo e a moldura de cima dos painéis das portas são ornados com um revestimento em alcântara. Os ajustes do banco do motorista são manuais – algo difícil de se explicar nessa faixa de preço.

A localização da alavanca de marchas atrás da direção e a instalação do botão de controle do sistema Multi-sense no volante permitiram liberar espaço entre os dois bancos dianteiros, onde foi instalado um porta-objetos aberto com uma capacidade de sete litros. Na frente, o apoio de braço central integra um porta-objetos com dois conectores USB Tipo C e uma tomada de 12 V.

Atrás, foram instalados dois outros conectores USB Tipo C. Abaixo do multimídia, existe um carregador por indução.

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O cluster digital de 12,3 polegadas e a tela de multimídia OpenR mede 9 polegadas. A visualização do painel é personalizável por meio de “widgets”, com oito perfis de cores.

A iluminação interna também pode ser personalizada por meio de ajustes no botão do sistema Multi-sense no volante. A “Cocoon Effect Technology” amplia a sensação de conforto acústico – uma camada de espuma amortecedora foi instalada entre o assoalho do veículo e toda a superfície da bateria.

A solução é complementada por um isolamento duplo das portas. Em um ambiente tão deliberadamente silencioso, os sons emitidos pelo Megane E-Tech – como alertas de setas acionadas e de cintos de segurança desafivelados – são diferenciados e também inspiram modernidade.

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Primeiras Impressões – Força civilizada

São Paulo/SP – Um dos prazeres de se dirigir um modelo 100% elétrico é o torque instantâneo. No caso do Megane E-Tech, são robustos 30,6 kgfm que aparecem integralmente e de forma imediata quando o motorista pisa fundo no acelerador.

O resultado é expresso em uma aceleração de zero a 100 km/h em 7,4 segundos. Nas estradas, o motor de 220 cavalos entrega dinamismo e esportividade. A bateria localizada no assoalho melhora o centro de gravidade e proporciona equilíbrio em trechos sinuosos, ampliando o prazer de dirigir.

A posição de condução do Megane E-Tech é agradavelmente baixa, similar à dos hatches. A suspensão multilink traseira com braços paralelos e a direção bastante direta aumentam a agilidade nas manobras rápidas.

Três modos pré-programados de direção – “Eco”, “Confort” e “Sport” – buscam melhorar a eficiência. Um quarto modo (“Perso”) permite personalizar totalmente as regulagens.

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Os quatro níveis de frenagem regenerativa são selecionados por meio de “paddles-shifters” no volante: do nível zero (sem frenagem recuperativa) ao nível 3 (recuperação máxima e freio-motor otimizado). É fácil se acostumar aos diferentes estilos.

O Megane E-Tech conta com um sistema de alerta sonoro externo, que avisa os pedestres sobre sua presença. Disponível em três tons (Neutro, Puro e Expressivo), o recurso é ativado quando o veículo está a uma velocidade de até 30 km/h, utilizado normalmente nos centros urbanos.

Para reduzir os riscos de colisão, o Megane E-Tech traz o alerta de saída de faixa (LDW), o alerta de pontos cegos (BSW) e o assistente de manutenção de faixa (LKA). Este último incorpora o novo recurso ELKA (assistente de manutenção de faixa de emergência).

O sistema associa os dados da câmera frontal e dos radares laterais, reposicionando o veículo automaticamente na faixa se for detectado um risco de colisão frontal ou lateral ao iniciar uma ultrapassagem ou se o carro começar a sair da faixa.

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O piloto automático adaptativo com stop&go utiliza o radar e a câmera dianteira para assumir as funções de manter a velocidade de cruzeiro desde que a distância de segurança selecionada seja respeitada, freia para manter a distância de segurança, se necessário até a parada total. Permite ainda arrancar e acelerar até atingir a velocidade de cruzeiro, sempre respeitando a distância de segurança.

O design do teto baixo em estilo cupê do Megane E-Tech e a linha de cintura elevada resultou em um vidro traseiro de pequenas dimensões. Para não prejudicar a retrovisão, a Renault apelou para a tecnologia – substituiu o espelho interno por um eficiente monitor da câmera traseira, que entrega uma imagem limpa e sem distorções.

Ficha Técnica – Renault Megane E-Tech

Motorização: E-Tech EV40 síncrono eletricamente excitado (EESM). Baterias de íons de lítio.
Potência: 220 cavalos
Torque: 30,6 kgfm
Câmbio: uma marcha à frente e uma à ré
Carroceria: monobloco, crossover médio com 4 portas para 5 passageiros
Dimensões: 4,20 metros de comprimento, 2,05 metros de largura (incluindo retrovisores), 1,52 metro de altura e 2,68 metros de distância de entre-eixos
Peso: 1.680 quilos
Volume do bagageiro: 440 litros (1.330 litros com o banco traseiro rebatido)
Altura em relação ao solo: 13,5 centímetros
Tração: dianteira
Direção: elétrica com assistência variável
Pneus: 195/60 R18
Freios: discos ventilados na dianteira e rígidos na traseira
Preço: R$ 279.990

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Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira - AutoMotrix

Jornalista carioca que trabalha com jornalismo automotivo desde 1992. Em 2018 criou a Agência AutoMotrix e, em 2020, a revista "Roda Rio".