Em um mercado dominado por SUVs, picapes e uma corrida acelerada rumo à eletrificação, ninguém esperava ouvir novamente o nome Dodge Dart.
Ainda mais ligado a uma venda recente de unidades novas, quase 10 anos depois do fim oficial da sua produção.
Mas, contra todas as probabilidades, o modelo voltou a aparecer nos números de vendas do terceiro trimestre de 2025, com seis exemplares comercializados como se o tempo tivesse parado.
O Dart foi lançado em 2012 com grandes expectativas, tentando ressuscitar um nome icônico da marca em um sedã compacto baseado em plataforma Fiat.
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Mas a realidade foi bem menos gloriosa. Em poucos anos, ficou claro que o carro não emplacaria diante de rivais de peso como Toyota Corolla e Honda Civic.
Sua produção foi encerrada discretamente em 2016, com pouco alarde. No entanto, as vendas não morreram completamente.
Mesmo depois de sair de cena, o Dart ainda reapareceu timidamente nos relatórios: 386 unidades em 2018, 16 em 2019, cinco em 2020, dez em 2021, uma solitária venda em 2024 e, agora, seis exemplares novos vendidos nos Estados Unidos só entre julho e setembro de 2025.
A pergunta que fica é: de onde estão saindo esses carros?
Existe a possibilidade de que essas unidades tenham passado anos esquecidas no estoque de alguma concessionária.
Não seria algo inédito — há casos de modelos mantidos como relíquias por vendedores mais nostálgicos, na esperança de valorização futura.
Ainda assim, seis unidades vendidas de uma só vez é um número elevado demais para ser tratado como mero descuido.
O curioso é que, ao contrário de ícones como Dodge Viper, Shelby Mustang ou Chevrolet Corvette, o Dart nunca teve aura de carro desejado.
Seu valor inicial era modesto — cerca de US$ 16.995 à época, o que ajustado à inflação seria algo em torno de US$ 23 mil hoje. Mesmo as versões mais esportivas, como a Mopar, nunca foram exatamente colecionáveis.
Além disso, um carro parado por tantos anos sofre com sérios problemas de degradação. Pneus ressecados, óleo vencido, correias desgastadas, bateria inutilizada, mangueiras rachadas e vedações comprometidas.
A não ser que esses modelos tenham sido guardados em ambientes climatizados e ligados periodicamente, o comprador pode estar levando mais dor de cabeça do que vantagem.
Ainda não se sabe se essas seis vendas vieram de um único estoque ou se foram transações isoladas feitas por diferentes revendas.
Tampouco há informações sobre os compradores ou o valor pago.
Mas o fato de que esses carros conseguiram, de alguma forma, ser vendidos como novos em pleno 2025, transforma o Dart em um caso curioso e até cômico dentro da indústria automotiva.
Enquanto aguardamos esclarecimentos da Stellantis ou relatos de algum comprador orgulhoso nas redes sociais, a história dos Darts renascidos nos lembra que, no mundo dos carros, tudo pode acontecer.
Até um modelo apagado da memória coletiva pode ter um último suspiro de vendas quase uma década depois de ser considerado um fracasso.
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