
Pode parecer piada, mas fechar a porta de um carro pode render até R$ 130 em alguns bairros de Los Angeles.
Com a expansão dos veículos autônomos, empresas de guincho locais passaram a atender chamados inusitados: robotáxis da Waymo que travam no meio da rua porque o passageiro esqueceu a porta aberta.
O problema é simples e, ao mesmo tempo, absurdo. Se a porta não estiver 100% fechada, o carro não se move.
Sem motorista para resolver a situação, o sistema envia um alerta via aplicativo para empresas terceirizadas, como as cadastradas no app Honk.
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Basta que alguém vá até o local e feche a porta manualmente. Por isso, ganham entre R$ 120 e R$ 135 por atendimento.

Se a ocorrência envolver um problema mais complexo — como um veículo parado sem bateria — o pagamento pode chegar a R$ 330 ou até R$ 440.
Cesar Marenco, dono da Milagro Towing em Inglewood, disse ao Washington Post que realiza até três desses chamados por semana.
Normalmente, envolve apenas uma porta entreaberta, mas ele também já foi chamado para reboques quando os carros ficaram sem carga no meio do trajeto.
O retorno financeiro, no entanto, não é tão vantajoso quanto parece. Evangelica Cuevas, da JKK Towing, reclama que o app nem sempre informa com precisão onde o veículo está parado.
Muitas vezes, os motoristas precisam andar pelas redondezas por até uma hora até encontrar o robotáxi travado.
E com o alto custo de combustível na Califórnia, tarefas como fechar uma porta por R$ 130 podem não valer a pena.
Jesus Ajuiñiga, gerente da Alpha Towing em San Francisco, já recusou diversas chamadas da Waymo.
Ele afirma que a empresa paga até R$ 440 por reboque, enquanto o valor médio que cobra para veículos com tração integral gira em torno de R$ 1.375.
A situação revela um paradoxo da era dos carros inteligentes: embora cheios de sensores e IA, eles ainda dependem de humanos para resolver falhas triviais.
Em San Francisco, uma queda de energia nos semáforos neste mês fez com que diversos robotáxis da Waymo ficassem parados nas ruas, exigindo socorro externo.
Boa parte da frota da empresa ainda usa o Jaguar I-Pace, que exige fechamento manual das portas.
Mas há esperança de que essa dependência humana diminua. A próxima geração de robotáxis da Waymo, fabricada pela chinesa Zeekr, terá portas deslizantes automáticas — semelhantes às de minivans.
Até lá, fechar a porta de um carro poderá continuar sendo um trabalho pago em pleno Vale do Silício.
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