
A Polestar anunciou nesta sexta-feira um reforço de US$ 300 milhões em financiamento (R$ 1,65 bilhão), numa tentativa de recuperar fôlego diante de perdas bilionárias, queda de liquidez e pressão crescente de credores.
O pacote de socorro inclui a conversão de cerca de US$ 300 milhões em dívidas com a Geely Sweden Holdings AB em participação acionária, o que melhora o balanço da empresa e reduz obrigações financeiras imediatas.
Segundo o CEO Michael Lohscheller, “essas transações fortalecem significativamente nossa posição de liquidez e ajudam a equilibrar o balanço patrimonial da companhia”.
O aporte de capital foi dividido igualmente entre dois grandes bancos: o espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria SA e o francês Natixis.
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O anúncio vem logo após a empresa ter fechado um novo acordo de crédito com uma unidade da Geely, que prevê um empréstimo de até US$ 600 milhões — parte fundamental da tentativa de evitar um colapso financeiro.

Mesmo com um modelo de negócios considerado “leve em ativos”, a montadora sueca de carros elétricos já acumula aproximadamente US$ 8 bilhões em perdas desde sua fundação.
Desde que assumiu a liderança em 2023, Lohscheller tem buscado impor uma disciplina financeira mais rígida, cortando custos e reformulando a operação da marca.
Entre as mudanças estratégicas está a transição para um modelo tradicional de concessionárias, no lugar do modelo direto ao consumidor que havia sido adotado inicialmente.
Ainda assim, desafios externos continuam afetando a recuperação.
As tarifas de importação, a demanda fraca nos Estados Unidos e atrasos no lançamento de novos modelos têm impedido que a Polestar ganhe tração no mercado.

Mesmo com aumento de volume nas entregas, os resultados trimestrais mais recentes mostraram perdas ainda maiores, reforçando o sinal de alerta.
Desde que abriu capital em 2022, a Polestar perdeu quase todo seu valor de mercado, e em 2025 suas ações já caíram mais de 60%.
A controladora da empresa, a chinesa Zhejiang Geely Holding Group, ligada ao bilionário Li Shufu, tem sido a principal apoiadora da marca nesse momento delicado.
No final de 2024, o CFO Jean-Francois Mady já havia alertado que a Polestar não poderia depender apenas de financiamentos bancários e que seria necessário captar capital por meio de novos aportes.
Agora, com a nova rodada de capitalização e o reforço da linha de crédito, a Polestar ganha tempo para tentar reverter sua situação — mas a sustentabilidade de longo prazo ainda depende de entregas consistentes, contenção de gastos e um reposicionamento eficaz diante da concorrência crescente no mercado de elétricos.
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