
A Jaguar Land Rover receberá um empréstimo de £1,5 bilhão, ou mais de R$ 10 bilhões do governo do Reino Unido para tentar conter os impactos devastadores de um ciberataque que paralisou suas fábricas e desestruturou toda a cadeia de suprimentos.
A montadora, maior fabricante de veículos do país, foi forçada a interromper operações em unidades no Reino Unido, Eslováquia, Brasil e Índia após o ataque, afetando diretamente milhares de fornecedores e colocando em xeque a estabilidade de um dos setores mais estratégicos da economia britânica.
O valor será liberado por um banco comercial, com garantia da UK Export Finance, e terá prazo de pagamento de cinco anos, segundo comunicado divulgado neste sábado.
A medida é uma resposta direta ao colapso produtivo provocado pela invasão cibernética, que paralisou sistemas internos, atrasou pagamentos e deixou fornecedores sem receita, com muitos já tendo dispensado funcionários temporariamente.
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O novo governo trabalhista, liderado por Keir Starmer, vinha sendo pressionado a reagir, principalmente porque o ataque coincidiu com a aproximação da conferência anual do Partido Trabalhista, que acontece em Liverpool.
A resposta emergencial também serve como um gesto político importante, já que a JLR mantém 34 mil funcionários diretos no Reino Unido, além de sustentar aproximadamente 120 mil empregos indiretos ligados à cadeia automotiva.
“A garantia desse empréstimo é fundamental para sustentar a cadeia de fornecimento e proteger empregos qualificados em regiões como West Midlands e Merseyside”, afirmou o Secretário de Negócios, Peter Kyle, que visitou nesta semana a sede da Jaguar Land Rover e a fornecedora Webasto, uma das mais afetadas pela interrupção na produção.
A Jaguar Land Rover informou que parte de seus sistemas já voltou ao ar e que está focada em resolver o acúmulo de faturas pendentes com fornecedores, normalizar a distribuição de peças às concessionárias e acelerar as vendas e registros de veículos.
A montadora espera retomar gradualmente a produção a partir de 1º de outubro, mas alerta que levará tempo até que os níveis normais de operação sejam totalmente restaurados.
Apesar de a origem exata do ataque não ter sido confirmada publicamente, o episódio expõe a vulnerabilidade digital da indústria automotiva — e coloca em xeque a dependência crítica de sistemas conectados em redes globais.
A interrupção da produção em vários continentes, aliada ao impacto financeiro em fornecedores, transformou o incidente em uma crise industrial de grandes proporções, exigindo ação direta do governo.
Agora, com o setor tentando se reorganizar, o desafio será manter a estabilidade enquanto a JLR trabalha para retomar seu ritmo produtivo e reconquistar a confiança da cadeia de suprimentos.
Para o governo britânico, o apoio bilionário serve como um sinal de que evitar o colapso da maior montadora do país é, também, uma questão de soberania econômica.
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