
A Nissan está processando uma concessionária Infiniti de Nova Jersey e sua empresa financiadora após levar um calote milionário na entrega de dezenas de veículos.
Segundo a montadora japonesa, a loja Infiniti of Englewood deixou de repassar mais de US$ 3,4 milhões, o equivalente a R$ 19 milhões, referentes a 64 carros que foram entregues no outono passado — sendo que 61 desses veículos já haviam sido vendidos quando a ação judicial foi registrada, em 27 de março.
Em resumo: a Nissan mandou os carros, a loja vendeu quase todos, embolsou a grana e… esqueceu de pagar a conta.
Agora, a marca quer não apenas recuperar o valor devido, como também uma ordem judicial que permita a retomada dos veículos não comercializados — isso se ainda restar algum no estoque.
A ação, protocolada em tribunal federal, aponta quebra de contrato e enriquecimento ilícito por parte da concessionária. A fabricante também diz que a loja deixou de pagar as multas e encargos por inadimplência.

De acordo com documentos obtidos pelo site Automotive News, antes mesmo de receber os carros, a Infiniti of Englewood havia assegurado à Nissan que estava financeiramente saudável, bem capitalizada e com crédito de giro adequado junto ao seu financiador.
Tudo conversa, aparentemente.
E aqui a coisa fica ainda mais interessante: a Nissan não está apenas atrás da concessionária, mas também da Keystone Auto Lending, empresa responsável pelo financiamento e, segundo a montadora, co-responsável pela dívida.
O detalhe? Ambas as empresas pertencem ao mesmo dono: Charles Caronia — um nome que, convenhamos, soa como algo saído de um roteiro sobre negócios nebulosos em Nova Jersey.

Curiosamente, Caronia não foi incluído pessoalmente no processo, embora a montadora alegue que ele tenha bancado a própria loja com sua empresa de financiamento, causando o rombo em questão.
Ou seja, o sujeito basicamente criou um círculo fechado de dívida onde a cobrança nunca chegaria ao destino certo.
Esse é só mais um capítulo nos bastidores nada pacíficos da rede de concessionárias Nissan nos EUA.
Já teve revendedor processando a própria marca por concorrência desleal, uma loja na Carolina do Norte com mais de 400 acusações criminais e até aquele pedido inusitado da montadora para que suas lojas vendessem carros com prejuízo.
Parece que, quando o assunto envolve distribuidores da Nissan, o caos é parte do pacote.
Com tudo isso, a Nissan agora quer o que é seu por direito — ou, no mínimo, garantir que ninguém mais venda seus carros e suma com o dinheiro sem deixar rastros. Porque, mesmo em Nova Jersey, há um limite para o “jeitinho” nos negócios.

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