
A ousada decisão da Renault de transformar o Megane e o Scenic em EVs puros pode estar prestes a ganhar um importante “recuo estratégico”.
Após três anos desde a estreia das versões elétricas desses modelos familiares, a marca francesa já admite a possibilidade de reintroduzir motorizações a combustão, ainda que de forma híbrida, até o fim da década.
A confirmação da nova abordagem veio durante o lançamento do novo Twingo, quando o CEO do Grupo Renault, François Provost, revelou que a próxima geração de Megane e Scenic pode contar com uma gama mais ampla de opções de motorização — incluindo híbridos.
A medida tem como objetivo recuperar o interesse dos consumidores europeus pelo segmento C, onde a dupla enfrenta dificuldades para competir com o sucesso dos modelos Renault 4 e 5.
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Apesar da insistência inicial na eletrificação total, a montadora percebeu que parte do público ainda não está pronta para abrir mão dos motores a combustão.
Isso fica claro na atuação do Megane no mercado brasileiro. Ele chegou a ser vendido por R$ 280 mil novo, mas hoje unidades 2024 podem ser encontradas por R$ 160 mil, com uma tabela Fipe de R$ 178 mil.
A solução, segundo Fabrice Cambolive, CEO da marca Renault, pode vir na forma de tecnologias intermediárias, como híbridos plug-in ou mesmo veículos com extensor de autonomia — formato em que o motor a combustão apenas gera energia para recarregar a bateria, sem tração direta nas rodas.

Essa abordagem segue o exemplo de sistemas utilizados por marcas como Nissan, que já aplica esse conceito em sua tecnologia e-POWER. Segundo Cambolive, esse tipo de arquitetura é uma forte candidata para equipar a próxima geração dos modelos familiares da marca.
Enquanto a nova plataforma não chega, prevista para estrear com os futuros Megane, Scenic, Austral, Espace e Rafale, todos possivelmente híbridos, a Renault trabalha em uma estratégia de curto prazo para salvar as vendas do Megane atual.
Entre as medidas imediatas está uma reestilização já em testes, como mostram flagras recentes de protótipos camuflados.

O facelift deve atualizar o visual e os equipamentos do hatchback elétrico, dando novo fôlego comercial ao modelo até a chegada da nova geração.
Além do design, outra novidade prevista é a introdução de uma bateria de maior capacidade. Hoje, o Megane E-Tech utiliza uma bateria de 60 kWh, que oferece autonomia estimada de 459 km.
A expectativa é que o modelo receba um novo pacote com 75 kWh, semelhante ao usado no novo Nissan Leaf, ampliando o alcance para cerca de 488 km.
A versão Scenic, por sua vez, já conta com uma bateria de 87 kWh, capaz de rodar até 615 km entre recargas.

Esse dado coloca pressão sobre o Megane para evoluir também em termos de eficiência energética, especialmente frente à concorrência interna e externa.
Mesmo com os planos de reintroduzir versões com motor a combustão parcial, a Renault reafirma seu compromisso com a eletrificação e o desenvolvimento de plataformas dedicadas aos EVs.
A diferença agora é a abertura para formatos mais flexíveis, capazes de atender melhor às demandas de um mercado que avança em ritmos distintos pela Europa.
A nova fase da marca indica uma adaptação realista aos desafios da transição energética, buscando equilibrar inovação, desempenho e apelo comercial em um cenário cada vez mais competitivo.

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