Renault Sandero Stepway 1.6: avaliação completa

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O Sandero Stepway nasceu em 2008 para introduzir a Renault no disputado segmento dos compactos aventureiros.

No entanto, a chegada do Duster, no segmento dos SUVs compactos, no fim de 2011, forçou uma redução de preços. O hatch chegava à casa dos R$ 52 mil e agora desceu para R$ 47.490.

Já a versão mais em conta do utilitário custa R$ 51.800.

O Renault Stepway, que corresponde por cerca de 15% das vendas do Sandero, cumpre a função de diversificar a linha e oferecer uma opção aventureira para o campeão de vendas da Renault – foram 26.942 Sandero vendidos entre janeiro e abril de 2012.

Apesar de não ser propriamente barata, a versão é consideravelmente mais em conta que o maior rival, o Volkswagen CrossFox.

O modelo da Renault parte de R$ 43.490, mas com a adição dos opcionais presentes na unidade testada, que incluem equipamentos importantes como airbags frontais, freios com ABS e som, chega aos tais R$ 47.490.

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O hatch da Volkswagen começa em altos R$ 50.530 que, apesar de incluir de série airbags frontais, freios com ABS e vidros e travas elétricas, deixa de fora o ar-condicionado. Configurado à altura do Sandero Stepway, o preço chega a R$ 54.485.

Isso acaba mostrando que se a opção é por um hatch “altinho” com visual aventureiro – sem ainda partir para um utilitário, como o próprio Renault Duster –, o Sandero é a porta de entrada do segmento.

A versão é empurrada pelo motor 1.6 16V de 112 cv e 15,5 kgfm de torque com etanol, também usado nas versões de entrada do Duster. Segundo a Renault, ele é capaz de levar o hatch de zero a 100 km/h em 10,5 segundos e à velocidade máxima de 177 km/h.

O câmbio é manual de cinco marchas – recentemente, o modelo recebeu também a opção pelo câmbio automático de quatro marchas, que acrescenta R$ 3.500 ao valor inicial de R$ 43.490. Em relação ao Sandero “de rua”, o Stepway tem a suspensão elevada em 50 milímetros e usa pneus de uso misto para credenciar o modelo a trilhas leves.

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O visual, no entanto, acaba sendo a melhor parte do modelo. As linhas simpáticas, mas um tanto “apagadas” das versões comuns, ganharam mais apelo e um ar mais jovem com os apliques plásticos. A Renault ainda oferece seis opções de personalização com adesivos na coluna traseira.

As rodas maiores, de 16 polegadas receberam novo desenho – menos esportivas que as da primeira fase do Sandero –, mas ainda coerentes com a proposta. Apenas a grade dianteira, integrada ao para-choque, manteve o plástico preto do restante da peça, e forma, à primeira vista, um arranjo meio esquisitão.

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Ponto a ponto

Desempenho – O 1.6 de 112 cv não sofre para empurrar o Sandero Stepway. A entrega de potência é bem linear e o torque máximo aparece logo a 3.750 rpm. No entanto, o propulsor fica devendo suavidade ao funcionamento, principalmente em regimes mais altos. Nota 8.

Estabilidade – As rodas maiores e pneus mais largos mantiveram o comportamento neutro do Sandero nas curvas. Mas a suspensão elevada cobra seu preço ao tornar o carro muito sensível a ventos laterais. A pior aerodinâmica faz o hatch balançar em velocidades mais altas até mesmo nas retas. Nota 6.

Interatividade – Nenhum mistério na utilização do Stepway no cotidiano. Todos os comandos são bem posicionados e de fácil compreensão. O som com entradas USB/Bluetooth/Aux tem botões grandes e não demanda muito tempo para assimilar os comandos.

No entanto, os engates do câmbio são imprecisos e, além disso, os botões dos vidros elétricos mereciam alguma iluminação e o volante de aro fino dificulta um pouco a “pegada”. Nota 7.

Consumo – O Sandero Stepway marcou uma média de 8,2 km/l de etanol em circuito misto, segundo o computador de bordo. A Renault não disponibilizou o modelo para o InMetro fazer medições. Nota 7.

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Tecnologia – De origens humildes, o aventureiro da Renault traz poucos recursos. Os airbags dianteiros e freios com ABS são opcionais, assim como o bom sistema de som. A plataforma é relativamente recente, de 2006, derivada da terceira geração do Clio europeu.

A versão até vem bem equipada, com ar-condicionado, direção hidráulica e vidros elétricos de série e ainda há o câmbio automático de quatro marchas e opção por trocas manuais por R$ 3.500 a mais. Nota 6.

Conforto – Espaço é a palavra de ordem no Sandero, o que não muda no Stepway. Os ocupantes não devem reclamar de aperto em nenhum assento do carro. Há espaço suficiente para cabeça e pernas de quem vai no banco de trás.

Na frente, faltam bancos que ofereçam maior suporte lateral e para as coxas. É difícil achar uma posição adequada para dirigir, o que pode tornar o carro um tanto cansativo. Nota 7.

Habitabilidade – A boa altura da carroceria ajuda no entra-e-sai dos passageiros, assim como as portas grandes e com vasto ângulo de abertura. O porta-malas leva bons 320 litros, facilmente acessíveis pelo vão largo da tampa, mas são poucos os porta-objetos espalhados pela cabine.

Há apoios de cabeça para os três ocupantes de trás e o entre-eixos de 2,58 metros abre bastante espaço no interior. Nota 7.

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Acabamento – Apesar dos encaixes bem realizados, os plásticos passam a nítida impressão de baixa qualidade, assim como o tecido que reveste uma pequena área das portas. O couro – opcional – também é de qualidade duvidosa. Além disso, algumas peças, como os comandos de ventilação passam a impressão de fragilidade. Nota 5.

Design – Certamente, a caracterização “off-road” fez bem ao Sandero. O ar mais jovial da versão Stepway lhe confere um visual menos sisudo, com um resultado muito interessante. As rodas maiores, cujos arcos são contornados por apliques plásticos, em conjunto com a suspensão elevada e o rack no teto deixaram o carro mais jovial e bonito. Nota 8.

Custo/beneficio – Entre os aventureiros, o Sandero Stepway é um dos mais baratos, com a versão mais simples custando R$ 43.490. Equipado com opcionais como airbags frontais, freios ABS e sistema de som, o preço vai a R$ 47.490.

O principal concorrente, o CrossFox, começa em R$ 50.530, mas quando em igualdade de equipamentos ao Sandero, encosta nos R$ 55 mil. Em outro braço do segmento, o Fiat Idea Adventure 1.8 16V custa R$ 54.890, também equipada a altura dos dois hatches. Nota 8.

Total – O Renault Sandero Stepway somou 69 pontos em 100 possíveis.

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Impressões ao dirigir – Aventura limitada

Visualmente o Stepway é mais descolado que as versões urbanas do Sandero. Mas a grade dianteira de plástico preto integrada ao para-choque da frente é de gosto no mínimo discutível, ainda mais quando o carro é pintado em uma cor mais clara, onde ela ganha destaque exagerado.

Por dentro, não há qualquer indicação de que se trata de um modelo aventureiro. Pelo menos ao volante, a suspensão elevada passa a impressão de robustez, necessária para encarar o mal cuidado asfalto das grandes cidades brasileiras que, a despeito do visual “off-road”, é verdadeiro habitat natural do carro.

O motor 1.6 16V de 112 cv com etanol é suficiente para o Sandero. O comportamento é bom e o propulsor é razoavelmente superior ao 1.6 8V de 95 cv usado no restante da gama.

O problema é em regimes mais altos – particularmente acima de 4 mil rotações –, o motor fica ruidoso e emite vibrações muito sentidas no interior. Ao menos, os 15,5 kgfm de torque aparecem a 3.750 rpm, o que não faz tão necessário recorrer a giros mais altos com frequência.

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Não há nenhuma surpresa a bordo do Sandero Stepway. O interior é o mesmo do restante da gama e, pela versão ser considerada topo de linha pela Renault , a dotação de equipamentos de série é razoável. Estão lá ar-condicionado, direção hidráulica, travas e vidros elétricos, computador de bordo e rodas de liga-leve de 16 polegadas.

Porém, apesar do bom conjunto, a posição de dirigir não é das melhores, além de comandos de câmbio e direção serem mais pesados do que o ideal, o que torna o dia a dia no trânsito urbano algo cansativo no Stepway.

E a maior altura da versão “aventureira” faz surgir outro problema: o carro fica muito sensível a ventos laterais, demandando até mesmo correções no volante para manter uma trajetória reta.

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Ficha Técnica – Sandero Stepway 1.6 16V

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, com quatro válvulas por cilindro. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração.

Potência máxima: 107 cv com gasolina e 112 cv com etanol a 5.750 mil rpm.

Aceleração 0-100 km/h: 10,5 s com gasolina e 10,6 s com etanol.

Velocidade máxima: 174 km/h com gasolina e 177 km/h com etanol.

Torque máximo: 15,1 kgfm com gasolina e 15,5 kgfm com etanol a 3.750 rpm.

Diâmetro e curso: 79,5 mm x 80,5 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira com rodas semi-independentes, com molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.

Pneus: 195/60 R16.

Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás.

Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,09 metros de comprimento, 1,75 m de largura, 1,57 m de altura e 2,58 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais como opcional.

Peso: 1.117 kg em ordem de marcha.

Capacidade do porta-malas: 320 litros.

Tanque de combustível: 50 litros.

Produção: São José dos Pinhais, Brasil.

Lançamento no Brasil: 2008. Reestilização: 2011.

Itens de série: Ar-condicionado, vidros e travas elétricas, direção hidráulica, travamento das portas por controle remoto, rodas de liga-leve de 16 polegadas. Opcionais: Airbags frontais, freios ABS, sistema de som rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth/Aux, apoio de cabeça central traseiro, alarme perimétrico, vidros traseiros elétricos, bancos em couro.

Preço básico: R$ 43.490.

Preço da unidade testada: R$ 47.490.

Por Auto Press

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X