
A transição para veículos elétricos está perdendo fôlego em várias partes do mundo, com consumidores voltando a preferir carros movidos a combustão.
Segundo um relatório da consultoria EY, essa mudança de comportamento está diretamente ligada a reveses em políticas ambientais, guerras comerciais e incertezas sobre a infraestrutura de recarga e os custos envolvidos com EVs.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump propôs recentemente afrouxar os padrões de eficiência de combustível, revertendo medidas da gestão anterior que buscavam acelerar a adoção de veículos elétricos.
Na Europa, cresce a expectativa de que a União Europeia flexibilize o plano de banir motores a combustão a partir de 2035.
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Essas revisões de metas são uma resposta direta ao ritmo mais lento do que o esperado na eletrificação da frota global.
De acordo com Constantin M. Gall, líder da área de mobilidade da EY, muitos consumidores ainda veem os elétricos como caros, limitados e dependentes de uma infraestrutura que avança de forma desigual.
Na China, apesar do crescimento nas vendas de EVs, o fator decisivo para os compradores não tem sido o tipo de motorização, mas sim o grau de integração digital dos carros com o estilo de vida conectado dos usuários.
Os dados do estudo revelam uma virada preocupante para os defensores da eletrificação.
Atualmente, 50% dos consumidores globais afirmam que pretendem comprar um carro novo ou usado com motor a combustão nos próximos dois anos.
Esse número representa um salto de 13 pontos percentuais em relação a 2024.
Enquanto isso, a preferência por veículos totalmente elétricos caiu 10 pontos, alcançando apenas 14%.
No caso dos híbridos, a queda foi de 5 pontos, chegando a 16%.
Mesmo entre os que ainda consideram adquirir um EV, 36% estão adiando ou reavaliando suas decisões, principalmente por causa das tensões geopolíticas e comerciais.
A concorrência com os carros chineses, tanto elétricos quanto a combustão, também é um fator que pressiona os fabricantes ocidentais.
A imposição de tarifas e barreiras comerciais por parte de EUA e Europa tenta conter a enxurrada de EVs subsidiados pela China, mas não resolve o problema estrutural da competitividade.
Além disso, fabricantes chineses começam a ganhar espaço também com seus modelos a gasolina em mercados internacionais.
Em reuniões com autoridades europeias, representantes do setor automotivo têm reforçado a necessidade de reavaliar as políticas ambientais com base em dados científicos, e não apenas em convicções ideológicas.
Com a demanda real mostrando resistência à eletrificação forçada, os governos estão sendo pressionados a encontrar um equilíbrio entre metas climáticas e a viabilidade econômica e social da indústria.
O cenário atual indica que a transição energética no setor automotivo será mais longa e complexa do que muitos previam.
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