
Por muito tempo, a Tesla foi considerada o auge da inovação automotiva. E, mesmo com todas as polêmicas envolvendo Elon Musk, havia quem dissesse: “pelo menos os carros ainda são os melhores do mundo”.
Mas essa narrativa acaba de sofrer um golpe devastador — vindo de um lugar inesperado: a tradicional revista americana MotorTrend.
Após dois anos com um Tesla Model Y 2023, a publicação — conhecida por sua abordagem imparcial e técnica — chegou a uma conclusão direta e surpreendente: “foi horrível, odiamos cada minuto”.
E não estamos falando de uma crítica passageira ou exagerada. Trata-se de um teste de longa duração, realizado por profissionais que já haviam elogiado outros modelos da marca no passado, inclusive com exclusividades.
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A avaliação começa com uma lista de elogios. Mas ela é tão curta quanto tímida: o sistema de som é “bom” (nada demais), há bastante espaço interno e o frunk (porta-malas dianteiro) é útil.

O aplicativo da Tesla funciona bem e o pedal do acelerador no modo Chill é suave. E é isso. A partir daí, o tom desce ladeira abaixo.
Segundo a revista, o Model Y tornou-se um carro tão desgastante de dirigir que o redator acelerava só para sair dele mais rápido.
“Poucas coisas testaram tanto a minha paciência quanto este carro, e eu tenho dois irmãos mais novos”, brincou (ou não) o jornalista.
Conforto? Passa longe
A suspensão foi descrita como “parece cheia de borracha dura”. O carro pula nas irregularidades pequenas e chacoalha nas maiores. A experiência, dizem, só é aceitável em asfalto absolutamente liso.
E se você já andou num Uber com um Model Y, talvez já tenha sentido isso.
A direção também foi duramente criticada: sensível demais, sem precisão e com tendência ao subesterço (quando o carro escapa de frente). O pedal de aceleração foi classificado como “saltitante e impreciso”, dificultando manter velocidade constante com conforto.

Ergonomia digital e falhas práticas
A crítica à central multimídia também é pesada. Como o carro não possui painel de instrumentos tradicional nem botões físicos, todas as informações estão em uma tela central gigante, exigindo atenção constante e desviando o foco da direção.
“Esse é o tipo de coisa que prova por que as pessoas ainda querem botões de verdade”, afirmou a MotorTrend.
Além disso, problemas de conveniência foram registrados: o sistema que usa o celular como chave falhava constantemente, o carro esquecia de trancar sozinho e o teto panorâmico deixava o interior desconfortavelmente quente.
Os limpadores automáticos? Ineficientes a ponto de “deixar acumular água demais antes de limpar”.
Acabamento e confiabilidade? Também falharam
Mesmo após apenas dois anos de uso, o Model Y já estava com barulhos internos irritantes e rangidos constantes. “Cada aceleração trazia ruídos novos e incômodos”, afirmaram.
Na estrada, um zumbido constante incomodava os ocupantes.
E o Full Self-Driving? “Uma farsa perigosa”, segundo a revista. O sistema tentou cruzar faixas duplas contínuas e entrar na contramão. O repórter simplesmente desistiu de usar o recurso depois de experiências preocupantes.
No fim das contas…
Mesmo o “exclusivo” acesso à rede de Superchargers já não é mais tão especial, já que outras marcas estão ganhando entrada nessa infraestrutura.
E considerando todos os problemas técnicos, ergonômicos e de qualidade relatados, fica difícil justificar a compra do Model Y hoje — ainda mais no mercado de usados, onde a versão testada é justamente a mais comum.
A Tesla ainda tem fãs fiéis, mas parece que até seus antigos aliados na imprensa especializada estão começando a virar as costas.
Para quem ainda acreditava que o Model Y era o “carro definitivo” do futuro, o recado da MotorTrend é claro: pense bem antes de entrar nessa cilada elétrica.
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