A Hyundai pode ter demorado a entrar na briga das picapes médias, mas está prestes a causar impacto com um plano global ambicioso envolvendo não apenas uma nova caminhonete, mas também um SUV robusto.
A marca sul-coreana confirmou que está desenvolvendo dois modelos distintos de picape: um voltado para a América do Sul, em parceria com a GM, com lançamento previsto para 2028, e outro totalmente diferente, pensado para mercados como Austrália e América do Norte, que chegará até 2030.
O destaque mais recente vem da Austrália, onde o presidente da Hyundai no país, Don Romano, tem feito declarações entusiasmadas sobre o futuro modelo.
Segundo ele, não se trata apenas de lançar mais uma picape, mas de entregar algo realmente inovador: um projeto “de explodir cabeças”, nas palavras do executivo.
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Romano indicou que o lançamento do modelo australiano está planejado para os próximos dois anos e meio, o que coloca sua chegada entre o fim de 2027 e o início de 2028.
A fala sugere que o mercado local será um dos primeiros a receber essa nova geração de picape da Hyundai, apelidada por lá de “ute”.
O executivo deixou claro que a marca não pretende simplesmente adaptar uma plataforma existente ou fazer um “rebadge” — prática comum no setor em que um modelo é rebatizado com nova logomarca.
Para ele, isso “não é aceitável”, especialmente diante do nível de competição atual no segmento de picapes médias.
Ao invés disso, a Hyundai está desenvolvendo um projeto do zero, com plataforma, motorização e tecnologias próprias, incluindo soluções eletrificadas ainda não vistas no mercado.
Romano deu pistas sobre o tipo de motorização que está em desenvolvimento, sugerindo que não será um híbrido plug-in tradicional.
Tudo indica que a marca esteja apostando em um sistema de extensão de autonomia (EREV), semelhante ao que o grupo já vem testando internamente.
Esse tipo de tecnologia oferece motor elétrico para tração e um motor a combustão que atua apenas como gerador de energia, aumentando a eficiência e eliminando a dependência de infraestrutura de recarga.
Nos bastidores, a base estrutural pode vir do chassi com longarinas da futura Kia Tasman, cuja estreia global está próxima.
Apesar de elogiar essa arquitetura, Romano sinalizou desconforto com o uso de motores a diesel como solução de médio prazo.
Ele deixou claro que aceita essa opção “por enquanto”, até que a linha evolua para uma direção mais sustentável — novamente reforçando a aposta em uma solução híbrida ou elétrica.
Quando questionado sobre o projeto em parceria com a GM para América do Sul, o tom foi diferente.
Romano afirmou que a prioridade da divisão australiana é desenvolver uma picape 100% Hyundai, com identidade e tecnologia exclusivas.
A colaboração com a GM não está descartada, mas seria apenas uma alternativa de contingência caso o projeto principal enfrente dificuldades.
A nova picape será posicionada diretamente contra líderes de mercado como Toyota Hilux e Ford Ranger, especialmente na Austrália, onde essas marcas dominam há anos.
Outros concorrentes na mira incluem Nissan Navara, Mitsubishi Triton, Isuzu D-Max, Mazda BT-50 e os recentes modelos da China que vêm ganhando tração no país.
Na América do Sul, o modelo baseado na arquitetura da GM enfrentará rivais como Chevrolet S10, Volkswagen Amarok, Fiat Titano, Peugeot Landtrek e até o futuro Ram Dakota.
Nos EUA, o projeto da Hyundai enfrentará a dura concorrência de Toyota Tacoma, Ford Ranger, Chevrolet Colorado, GMC Canyon e Nissan Frontier.
Além desses projetos, a Hyundai também está desenvolvendo uma picape elétrica com potencial para integrar a família Ioniq.
Esse modelo, ainda em estágio inicial, pode representar a entrada da marca no segmento de picapes 100% elétricas de maior porte.
Com planos avançados para picapes médias e SUVs robustos em diferentes regiões, a Hyundai deixa claro que não quer apenas participar do segmento: quer causar impacto.
Se cumprir as promessas de entregar inovação real e eletrificação inteligente, a marca poderá mudar o equilíbrio de forças em um dos mercados mais tradicionais e conservadores da indústria automotiva.
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