
A empolgação de receber um carro novo pode rapidamente se transformar em frustração — principalmente quando a marca é nova, promissora e ainda em fase de amadurecimento.
Foi exatamente isso que viveu um cliente da Rivian, que relatou uma verdadeira novela envolvendo seu SUV elétrico R1S recém-adquirido.
Segundo relato publicado no Reddit, o proprietário recebeu seu veículo no dia 4 de agosto. Menos de duas semanas depois, o sistema de ar-condicionado apresentou falha e o carro precisou ser encaminhado para um centro de serviço da Rivian.
A partir daí, o que era para ser uma simples assistência técnica virou um caso de descaso: o EV passou três semanas parado, e o cliente afirma que praticamente não houve comunicação ou transparência da marca durante todo o processo.
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Depois de insistir com pelo menos uma dúzia de contatos ao suporte, a Rivian finalmente respondeu — mas com uma proposta polêmica.

A montadora ofereceu ao dono do R1S a quantia de US$ 2 mil como “boa vontade”, com a condição de que ele assinasse um documento abrindo mão do direito de processar a empresa.
O acordo incluía cláusulas de renúncia à ação por quebra de garantia, violação da lei estadual de veículos problemáticos (conhecida como “lemon law”) e da lei federal Magnuson-Moss, que regula garantias de produtos de consumo nos EUA.
O cliente compartilhou parte do contrato no fórum, o que gerou um debate acalorado. Curiosamente, outros usuários relataram experiências parecidas: também teriam recebido a mesma proposta e, em alguns casos, até assinado o documento.
Um deles consultou um advogado, que teria informado que a renúncia se aplica apenas a problemas anteriores à data do acordo, e não aos futuros — algo reforçado pela redação “relating to your Rivian vehicle to date”.

Essa prática levanta discussões sobre como a Rivian está lidando com falhas em seus veículos e, principalmente, com a insatisfação dos consumidores.
Ao que tudo indica, a estratégia da marca é oferecer compensações pontuais para evitar processos judiciais mais caros ou até mesmo a necessidade de recomprar veículos problemáticos.
Embora US$ 2 mil possa parecer uma compensação razoável em alguns casos, críticos apontam que o valor é ínfimo frente ao preço do R1S — que ultrapassa US$ 70 mil — e que a empresa deveria investir mais em qualidade e pós-venda, especialmente por se tratar de uma fabricante jovem tentando conquistar confiança em um mercado competitivo.
A situação acende um alerta: será que os clientes da Rivian estão sendo usados como “testadores beta” de luxo, pagando caro por um produto ainda imaturo?
Se a resposta for sim, a marca corre o risco de manchar sua reputação antes mesmo de consolidar sua posição entre os grandes nomes do setor automotivo.
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