
A cidade de Londres se prepara para receber táxis autônomos em 2026, com tecnologia fornecida pela gigante chinesa Baidu, em parcerias firmadas com as plataformas de mobilidade Uber e Lyft.
A chegada dos veículos sem motorista deve marcar uma nova etapa nos testes do Reino Unido com transporte autônomo, mas também está despertando preocupações sobre segurança nacional e dependência tecnológica da China.
A Lyft foi a mais recente empresa a anunciar que testará robotáxis na capital britânica, juntando-se à própria Uber e à Waymo, subsidiária da Alphabet, já presente em cidades americanas como São Francisco e Austin.
Segundo o CEO da Lyft, David Risher, os testes serão realizados com os veículos elétricos RT6 da Baidu, desenvolvidos especificamente para transporte por aplicativo e com foco em conforto e confiabilidade.
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Ele afirmou que a proposta é integrar veículos autônomos com motoristas humanos em uma “rede híbrida” capaz de atender a diferentes demandas, de viagens noturnas até corridas para aeroportos como Heathrow.
A Uber, por sua vez, confirmou que também utilizará a tecnologia da Baidu no Reino Unido, além da parceria que já mantém com a startup britânica Wayve.
A empresa publicou nas redes sociais que os testes com a Baidu devem começar no primeiro semestre de 2026, como parte do plano do governo britânico de tornar o país líder em tecnologia de direção autônoma.
Apesar do otimismo das empresas, o uso de tecnologia chinesa em larga escala preocupa autoridades e especialistas em defesa e cibersegurança.

Charles Parton, membro do instituto Rusi, alertou para os riscos de se depender de sistemas controlados por empresas ligadas ao regime chinês.
Segundo ele, “se a China conquistar um monopólio nesse setor, o Reino Unido poderá enfrentar sérias vulnerabilidades”, incluindo possíveis apagões de mobilidade em momentos de tensão geopolítica.
Parton ressaltou que veículos conectados não são apenas meios de transporte, mas dispositivos capazes de coletar, transmitir e até manipular dados em tempo real, o que pode ser explorado para fins estratégicos.
A Baidu opera o Apollo Go, o serviço de robotáxis mais avançado da Ásia, já disponível em 22 cidades chinesas e responsável por cerca de 250 mil corridas semanais totalmente autônomas.
Com o apoio das gigantes de mobilidade, a entrada da Baidu no Reino Unido representa um passo importante para a expansão internacional de sua tecnologia.
Por outro lado, levanta uma série de questões sobre soberania digital, dependência externa e controle de infraestrutura crítica, principalmente em um momento em que o Reino Unido tenta consolidar sua posição como líder em tecnologia de ponta.
As autoridades britânicas prometem acompanhar os testes de perto, buscando garantir que as inovações tragam benefícios à mobilidade urbana sem abrir brechas para riscos cibernéticos.
Mas o debate sobre até que ponto é seguro entregar parte da malha de transporte urbano a empresas chinesas está longe de terminar.
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