
Coluna Fernando Calmon nº 1.379 — 25/11/2025
Após um hiato de sete anos e retorno ao Anhembi, na capital paulista, o Salão do Automóvel ressurgiu com força.
O primeiro foi há 65 anos no Parque do Ibirapuera, em área bem modesta, passou pelo Anhembi, depois no São Paulo Expo e está de volta ao agora Distrito Anhembi amplamente reformado e climatização perfeita.
A empresa organizadora, RX, mudou o esquema de visita e passou a limitar o número de pessoas a 50.000 como no dia de abertura.
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No salão anterior, no São Paulo Expo, foram cerca de 700.000 visitantes e este número certamente não será alcançado até 30 de novembro.
No entanto, a exposição deve voltar ao seu calendário bienal em 2027, conforme já anunciado pela Anfavea e RX.

Com corredores mais largos, os estandes agora são menores e padronizados: 500 m² para fabricantes e 300 m² para importadores.
Proibiu-se a montagem de mezaninos, contudo alguns expositores exibiram modelos até três metros acima do solo que, obviamente, chamam mais atenção.
Corredores amplos facilitam a circulação. São cerca de 300 carros expostos, além de uma ampla área coberta de 14.000 m² para até 1.000 testes por dia com 40 modelos.
Museus Carde e Dream Cars São Roque, além do clube Motorgrid Brasil, de supercarros, são atrações diferenciadas.
Ausências de marcas também estão sentidas, algumas por decisões das matrizes. Entre as fabricantes locais VW, GM, Ford e Nissan.

Alemãs como Audi, BMW, Mercedes e Porsche, além de Ferrari, Lamborghini, Land Rover, Jaguar e Volvo não participaram.
As chinesas dominaram: 11 representadas (contando Omoda e Jaecoo separadamente).
Lecar, a única nacional, decepcionou de forma patética.
Prometeu fábrica para 2027 (outro adiamento) e colocou no palco de apresentação à imprensa, na véspera da abertura do Salão, a picape Campo, nada mais que um arremedo em isopor e madeira.
Principais atrações do XXI Salão do Automóvel

No total, participam cerca de 300 modelos de 26 marcas. Alguns sobressaíram pela novidade ou por evolução marcante.
Veja lista a seguir, não excludente.
Entre os de produção nacional, o Avenger por seu estilo, digamos, menos utilitário, chama atenção como alternativa ao Renegade e que estreia a nova arquitetura modular CMP de origem Peugeot-Citroën.
Já Basalt Vision é um modelo conceitual com suspensão rebaixada, novos faróis e para-choques. Atração maior é o SUV C5 Aircross.
Herlander Zola presidente da Stellantis América do Sul, confirmou a produção na fábrica pernambucana de Goiana dos elétricos da Leapmotor, uma joint venture com a divisão internacional da marca chinesa.

Zola não revelou se optará por operação CKD ou SKD (veículos total ou parcialmente desmontados) e quais os modelos.
Novidade da Leapmotor é o SUV de seis lugares C 16, em versões híbrida e elétrica.
SUV compacto Yaris Cross é boa aposta da Toyota. Motor flex de 122 cv/15,4 kgfm com etanol. Há ainda um híbrido pleno flex, cuja potência deixa a desejar: 111 cv combinados.
No interior, estranhamente, falta o útil apoio para o pé esquerdo do motorista, apesar de bom acabamento interno. GR Yaris hatch, três portas, importado, 300 cv e 40,2 kgf·m atrai muitos visitantes e importação prevista para 2026.

Honda WR-V está em destaque no estande, embora muitos olhares se concentrem no cupê 2+2 Prelude, de volta ao mercado nacional após 31 anos.
Seu motor é um híbrido pleno de 203 cv e 32,1 kgf·m. Estreia no segundo semestre de 2026 e preço estimado pouco abaixo do Type R.
Peugeot 3008 apresenta estilo atraente e tem potencial para aumentar as vendas da marca francesa, embora com importação em 2026 a decidir.
O novo SUV cupê destaca o motor 1,6 L turbo, 180 cv e 30,6 kgf·m. Impressiona pelo espaço interno proporcionado por 2.730 mm de entre-eixos.
Das chinesas sobressai a Changan, nova parceira do grupo brasileiro Caoa. Além do SUV cupê elétrico Avatr 11, 586 cv e 66,1 kgf·m, também se destaca o elegante sedã-cupê 012, quatro portas, elétrico de 547 cv, 70,1 kgf·m e tração integral.

Ambos sofrerão com a volta da alíquota do imposto de importação de 35%, a partir de julho próximo.
Outra parceira da Caoa, a Chery, exibe a inédita picape média Himla, cuja importação está por decidir. Atração é o novo Tiggo 5X com motor 1,5 L, turbo flex, 150 cv e 21,4 kgf·m. Há previsão de um híbrido pleno (certamente flex).
Kia surpreende com nada menos de seis modelos inéditos anunciados para 2026 pelo importador, grupo Gandini. Destaque para a picape média Tasman.
Estreiam o SUV elétrico EV3, a volta do SUV grande Sorento (motor Diesel e tração 4×4), os K4 (sedã e hatch médios) e o furgão elétrico PV5.
Chinesa Denza (marca da BYD) lança três modelos: station elétrica Z9 GT, minivan D9 e SUV híbrido 4×4 B5.
Renault e Geely acertam produção conjunta no Paraná
A partir de investimento de R$ 3,8 bilhões a Geely adquiriu participação de 26,4% no capital da filial brasileira da Renault.
Este aporte permitirá que a fábrica da marca francesa em São José dos Pinhais (PR), inaugurada em 1998, inicie a produção, já no segundo semestre de 2026, dos dois primeiros veículos da fabricante chinesa.
O argentino Ariel Montenegro, presidente da Renault do Brasil, ressaltou que haverá mais conteúdo local, ou seja, acima de SKD (semidesmontado) e CKD (completamente desmontado).
Um dos modelos será elétrico e o outro, híbrido. Embora não anunciados oficialmente, as escolhas deverão recair sobre o EX2 (hatch compacto elétrico do mesmo porte do Dolphin Mini) e EX5 EM-i (SUV híbrido plugável).
Ambos têm a mesma distância entre-eixos (2.650 mm), embora destinados a compradores distintos.
Para 2026, a Renault prepara a renovação do Duster e em 2027 seu primeiro elétrico nacional que deve ser mais uma versão do seu modelo de entrada Kwid.
Dakota tem personalidade própria e câmera 540º

Prevista para chegar ao mercado no primeiro trimestre de 2026, a Dakota resgata o nome já utilizado nesta picape média entre 1998 e 2001.
Apesar de compartilhar chassi, conjunto motor/câmbio e suspensões com a Fiat Titano, mantém conceitos dos produtos Ram a exemplo de capô, para-choques, sistema de iluminação e grade reformulados, além do interior exclusivo.
Dimensões: comprimento, 5.357 mm; entre-eixos, 3.180 mm; altura, 1.823 mm; largura, 1.889 mm; ângulo de entrada, 28°, ângulo de saída, 27°; ângulo central, 24°; vão livre, 228 mm.
Capacidade de carga, 1.020 kg. Motor diesel, 2,2 L, 4 cilindros, 200 cv, 45,9 kgf·m. Câmbio automático, oito marchas, modos 4×2, 4×4 Auto, 4×4 Low e diferencial traseiro autobloqueante. Freios a disco nas quatro rodas.

No interior, tela multimídia de 12,3 pol., carregador de celular por indução com resfriamento, câmera 540° (enxerga ao redor em 360° e carroceria transparente em mais 180°), bons materiais de acabamento, comando de câmbio por joystick, freio de estacionamento eletromecânico (contudo sem autoimobilização nas paradas) e pacote de segurança ativa Adas.
Primeiro contato foi apenas em fora de estrada e mostrou boa capacidade de tração, mesmo no modo “4×4 Auto”.
Bloqueio do diferencial traseiro bastante funcional e resposta rápida em todos os acionamentos.
Controle eletrônico de tração não conseguiu distribuir adequadamente a tração entre as rodas de menor e maior aderência, sendo necessário acionar o bloqueio do diferencial traseiro.

A suspensão traseira do tipo eixo rígido e molas helicoidais de ótimo curso. Motor mostrou boa entrega de torque em baixas rotações.
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www.fernandocalmon.com.br
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