A obsessão de muitos pais por carros com grande autonomia para longas viagens de estrada acaba de ganhar um aliado inesperado: a gigante chinesa Huawei.
A empresa, conhecida principalmente por suas atuações nas áreas de telecomunicação e smartphones, acaba de registrar uma patente que pode mudar tudo o que sabemos sobre mobilidade elétrica.
Estamos falando de uma bateria de estado sólido com autonomia estimada de até 2.900 km com uma única carga.
A cifra é tão absurda que torna qualquer viagem dentro de um país continental como os Estados Unidos ou o Brasil algo trivial. Ir de Miami a Bangor, no Maine, ou de São Paulo até João Pessoa, sem precisar recarregar, se tornaria uma realidade.
Claro que há ressalvas: os números chineses geralmente são mais otimistas que os europeus e, especialmente, que os americanos.
Mas mesmo com uma conversão conservadora, estaríamos falando de algo entre 1.900 km e 2.100 km reais – o que ainda é extraordinário.
O segredo está na densidade energética: entre 400 e 500 Wh/kg, algo de duas a três vezes maior que as células de íon-lítio convencionais.
A tecnologia também traz uma inovação importante no campo da estabilidade química, utilizando dopagem com nitrogênio nos eletrólitos de sulfeto.
Isso ajuda a reduzir reações colaterais entre o lítio e o eletrólito, um dos maiores desafios atuais da tecnologia de baterias sólidas.
A Huawei afirma que, com o carregador adequado, seria possível carregar essa bateria colossal em apenas cinco minutos. Isso exigiria uma potência absurda – nível Megawatt – mas não é algo fora da realidade chinesa.
A BYD, por exemplo, já apresentou um carregador com capacidade de adicionar 400 km de autonomia em apenas 5 minutos.
Apesar do potencial, tudo indica que essa versão de 2.900 km seja mais uma vitrine tecnológica do que um produto destinado ao mercado de massa.
Mas mesmo que versões reduzidas sejam aplicadas a veículos reais, ainda assim falamos de um salto gigantesco. Uma bateria com um terço da capacidade da patente da Huawei já seria suficiente para viagens de longa distância, com muito menos peso.
E peso é um dos maiores desafios dos EVs. O conjunto de baterias do Hummer EV, por exemplo, pesa cerca de 1.360 kg – o equivalente a um carro popular inteiro.
Reduzir esse peso com novas baterias pode significar não apenas maior eficiência e desempenho, mas também uma nova era de carros elétricos que se comportem e custem como os veículos a combustão de hoje.
Infelizmente, a realidade política e comercial dos Estados Unidos e de outros países ocidentais pode impedir que esse avanço tecnológico chegue ao consumidor.
Com barreiras comerciais e um cenário geopolítico instável, tecnologias como essa talvez fiquem restritas ao mercado asiático por um bom tempo.
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